KOKUSHIKAN: PAVILHÃO KAZUO HARASAWA E PLANTIO DE SAKURAS

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No último dia 17 de novembro, a Cerimônia da Cumeeira (Muneague), oficiada pelo monge Sakurai Soyu do Templo Budista Jodoshu Nippakuji, e o lançamento da Campanha de Plantio de Sakuras marcaram um momento importante na história do Centro Esportivo Kokushikan Daigaku, localizado em São Roque.

A Cerimônia da Cumeeira realizou-se no Pavilhão Kazuo Harasawa, cuja construção faz parte do projeto de sustentabilidade financeira e ambiental do Kokushikan, e considerado o principal legado das comemorações dos 110 Anos da Imigração Japonesa no Brasil.
A Cerimônia teve como finalidade comemorar a finalização da parte mais alta de uma construção, o telhado, e pedir proteção aos deuses para o seu acabamento. O domingo ensolarado após uma semana chuvosa foi sinal de bom presságio, destacou o monge Sakurai – que também conduziu a cerimônia de lançamento da pedra fundamental, em julho de 2018 – e agradeceu por este dia ter chegado, desejando sucesso até a inauguração da obra.

Estiveram presentes ao evento: a viúva de Kazuo Harasawa, Sra. Kaneko, e os filhos Carlos e Lucy; o presidente da Diretoria do Bunkyo, Renato Ishikawa, e o presidente do Conselho Deliberativo da entidade, André Korosue; o cônsul-geral adjunto do Consulado Geral do Japão em São Paulo, Akira Kusunoki; o presidente do Comitê Administrativo da Comissão para Comemoração dos 110 Anos da Imigração Japonesa no Brasil, Yoshiharu Kikuchi; o presidente da Fundação Kunito Miyasaka; Roberto Nishio e o presidente da Acal – Associação Cultural e Assistencial da Liberdade, Hirofumi Ikesaki, além de representantes da Associação Cultural e Esportiva Vargem Grande Paulista, Associação Cultural de Mairinque, Associação Mallet Golf Kokushikan e Cotia Seinen Renraku Kyoguikai, entre outros.

Segundo o presidente do Comitê Executivo da Comissão para Comemoração dos 110 Anos da Imigração Japonesa no Brasil, Yoshiharu Kikuchi, dos R$ 4 milhões arrecadados pela Comissão, R$ 2,5 milhões foram destinados para as obras de melhoria e infraestrutura do Kokushikan, em especial o Pavilhão Kazuo Harasawa. Construído próximo ao Bosque das Cerejeiras, ele consiste em um amplo salão multiuso, em dois pisos, orçado inicialmente em R$ 3 milhões. As obras também contaram com o valioso apoio da família de Kazuo Harasawa, que doou R$ 1 milhão para a sua construção.

Gratidão e esperança

Um dia de gratidão e esperança. Assim o presidente Renato Ishikawa iniciou sua breve fala. “Gratidão por todos aqueles que nos ajudaram e contribuíram até agora para que pudéssemos chegar neste momento,”, disse Ishikawa, lembrando que este trabalho foi iniciado na gestão anterior, da então presidente Harumi Goya e que contou com o incansável trabalho de Yoshiharu Kikuchi.

“Vamos precisar dele para fazer o acabamento deste prédio”, afirmou Ishikawa referindo-se ao talento e carisma de Kikuchi. Agradeceu também ao “batalhador” Celso Mizumoto, colaboradores e fez uma menção especial ao arquiteto Eiji Hayakawa, autor do projeto. “Vamos continuar trabalhando forte para que este espaço seja realmente um exemplo para nós nikkeis”, finalizou Ishikawa.

Já Yoshiharu Kikuchi agradeceu o empenho de todos e confidenciou que há espaço para um segundo Pavilhão. “Daqui nove anos, se todos colaborarem, quem sabe não podemos dar início à construção de um segundo pavilhão nas comemorações dos 120 anos!”, ressaltou.

Já cônsul-geral adjunto Akira Kusunoki parabenizou a cerimônia em nome do governo japonês e endossou as palavras de Kikuchi. “Estamos começando a nova década de imigração japonesa e, por coincidência, este ano estamos dando início também à nova era no Japão com a entronização do novo imperador. Por isto, esta obra tem um sentido especial e fico feliz em compartilhar esta alegria de começar a Era Reiwa, que como todos já devem saber, significa bela harmonia. Assim, espero que esta obra simbolize a bela harmonia entre os dois países”, discursou Kusunoki.

Generosidade e bons frutos

“Hoje, com este empreendimento, damos um grande passo para a viabilização do projeto de sustentabilidade do Kokushikan em médio e longo prazo para que ele se torne um grande centro de eventos para a comunidade e sirva de exemplo para outras iniciativas”, explicou Mizumoto, que agradeceu a família Harasawa pela “generosa contribuição”.
Falando em nome da família, Carlos Harasawa afirmou que nada é mais confortável do que saber que a doação está sendo bem administrada e que será usada em benefícios de todos. “Podemos ver os frutos”, destacou Carlos, que elogiou a atuação da equipe comandada pelo presidente Renato Ishikawa, que considerou uma gestão “fantástica”. Acrescentou: “no conjunto, torna o Pavilhão um empreendimento admirável e cheio de energia transformadora”.

Ao Jornal Nippak, o presidente do Bunkyo Ishikawa revelou que o acabamento está orçado em cerca de R$ 1,5 milhão. Para ele, os vidros devem ser a parte mais cara. Já Celso Mizumoto acha que daqui dois a três meses o Pavilhão já vai estar em condições “precárias de uso”.

Plantio de Sakuras

Encerrada a Cerimônia do Munegue, os convidados participaram do lançamento da Campanha de Plantio de Sakuras. A ideia, segundo Celso Mizumoto, é plantar 111 mudas este ano e assim sucessivamente até atingir mais 1600 árvores até 2028, totalizando 2 mil sakurás até 2028, quando serão comemorados os 120 Anos da Imigração Japonesa no Brasil.

Mizumoto lembrou que, desde que recebeu o Kokushikan como doação, em 1997, o Bunkyo – com o apoio das entidades nipo-brasileiras da região – promove anualmente o Festival das Cerejeiras Bunkyos no mês de julho, destacando o florescimento dos 400 pés de cerejeiras aproximadamente.
“Este ano, o evento foi realizado em dois finais de semana para um público estimado em cerca de 30 mil pessoas”, disse Mizumoto. Agradeceu os parceiros que dão respaldo para a viabilização da principal atividade realizada no Kokushikan que, segundo Mizumoto, tem um custo de manutenção significativo.

De acordo com ele, a Campanha de Plantio de Sakuras é um projeto de longo prazo que tem como finalidade renovar a plantação (parte dos pés de sakuras têm mais de 30 anos), como também valorizar ainda mais o local não só para eventos relacionados com a cultura japonesa – que já ocorre com o Sakura Matsuri – como outras iniciativas culturais, esportivas, preservação da saúde, entre outras.

Matéria produzida com o apoio do Jornal Nippak, em especial do editor Aldo Shiguti, e fotos de Jiro Mochizuki.

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