Final de semana movimentado do Bunkyo Rural

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4º Bunkyo Rural – as palestras de sábado

No sábado, durante todo o dia, aproximadamente 120 pessoas acompanharam atentamente as sete palestras programadas.

A primeira delas começou às 9 horas, tratando sobre “Associativismo” com o engenheiro agrônomo, Isidoro Yamanaka, que exerceu vários cargos no setor agrícola do governo federal e atualmente é consultor na área do intercâmbio Brasil-Japão.

Além de histórias sobre a vida dos imigrantes japoneses ao Brasil e a importância da construção das cooperativas para o desenvolvimento econômico da comunidade, Yamanaka destacou uma “nova agenda entre cooperativas do Japão e do Brasil”.

A seguir, subiu ao palco Hélio Nishimura que enfocou a “Comercialização de Produtos” e relatou diversos aspectos de sua experiência como consultor técnico de frutas, legumes e verduras do Grupo Pão de Açúcar, onde também atua no programa “Qualidade desde a origem”.

“Se você não se preparar para o futuro, terá que enfrentar o futuro que vier” ensina o consultor Nishimura, para ressaltar que vivemos o grande momento do varejo no Brasil, com a ascensão da classe D e E para a classe C e, ao produtor, o desafio de entender “o que o consumidor quer e o que o cliente quer”. (Veja a integra da palestra)

O prof. Carlos Henrique Augusto, da FATEC Shunji Nishimura, foi o próximo palestrante sobre o tema que surge com força nos dias atuais “Agricultura de precisão: nova visão em gestão agrícola”.

“Estar um pouco atrasado em relação ao que acontece no exterior, em especial nos Estados Unidos, até pode ser uma vantagem”, admite o professor Carlos, justificando que “assim podemos nos preparar com antecedência ao que acontecerá nos próximos anos em nosso país”.

E é com essa visão que ele aponta que, “hoje, nos Estados Unidos, somente 5% dedica-se à agricultura com a missão de produzir para os 95% que residem na cidade. E isso não está longe de acontecer com o Brasil”, indica o professor. Nesse sentido, “a agricultura moderna tem se caracterizado pelo uso intensivo do solo e é chegada a hora de uma atitude para tornar a agricultura sustentável, que o solo seja usado sem destruí-lo. Assim, surgiram várias técnicas, tais como o cultivo mínimo, plantio direto, manejo integrado de pragas e doenças, como também o sistema de produção integrada, sistema agro-florestal, entre outros”, continua.

“Busca-se, com isso, uma economia sustentável, mas também, torna a prática dessa agricultura moderna insustentável”, diz ele para introduzir o conceito de “agricultura de precisão”.

“A primeira imagem quando se fala em agricultura de precisão são as máquinas enormes munidas de GPS e com toda aquela tecnologia” aponta o professor Carlos para ressaltar que há equívoco nessa conceituação. Tomando como referência várias definições, ele vai indicando pontos importantes: “é uma filosofia de manejo (para identificar a variabilidade), uma filosofia de gerenciamento (que parte de informações exatas e precisas e se completa com decisões exatas)”.

Assim definida, “essa agricultura de precisão é uma forma de gerir”. E porque tanta tecnologia? “Para gerir a propriedade com eficiência ele terá que se apoiar em dois pilares: as informações e a operacionalização”, ensina ele. “Fala-se tanto em tratores com piloto automático”, lembra, “mas seu uso não será possível, se não tivermos as informações devidamente organizadas”.

“A vantagem dessa agricultura de precisão é que você fica ciente do que está acontecendo, tanto o produtor como o cliente. Assim, todas as decisões são baseadas em fatos mais concretos, com as decisões mais conscientes” afirma.

“No entanto”, destaca, “hoje, o principal desafio são as ferramentas, principalmente para as pequenas propriedades” e o conhecimento: “uma tecnologia que vai afetar a todos nós, temos que nos informatizar” e como “aplico esse conceito para melhoria da minha propriedade”

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