Cerimônia de despedida do embaixador Akira Miwa

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02Na noite do último dia 24 de março, realizou-se a cerimônia de despedida do embaixador Akira Miwa com a presença de aproximadamente 120 pessoas, em sua maioria representantes das empresas japonesas sediadas em São Paulo e das entidades nipo-brasileiras.

O embaixador Akira Miwa, que esteve acompanhado da embaixatriz Konomi, foi recepcionado por várias autoridades, entre elas, o deputado federal Junji Abe (que também é presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Japão), a deputada federal Keiko Ota, os deputados estaduais Hélio Nishimoto e Jooji Hato.

01No palco, além do diretor da Divisão para a América Latina do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão, Akira Yamada, e do cônsul-geral do Japão em São Paulo, Noriteru Fukushima, estiveram também os presidentes do Bunkyo (Kihatiro Kita), Enkyo (Yoshiharu Kikuchi), Kenren (Akinori Sonoda), Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil (Shinsuke Fujii) e Aliança Cultural Brasil-Japão (Anselmo Nakatani).

O presidente Kita, responsável pela saudação em nome da comunidade nipo-brasileira, destacou alguns dos momentos marcantes da gestão do embaixador Miwa, iniciada em agosto de 2010.

04“Ao fazer um breve retrospecto de sua gestão, ficará gravada em nossa memória o dia 25 de abril de 2011, quando pudemos contar com sua honrosa presença no Palácio dos Bandeirantes, ao lado do governador Alckmin, no jantar em prol da Campanha de Arrecadação das Vítimas do Terremoto no Japão”, afirmou o presidente Kita. “Foi um momento de grande significado em que buscávamos expressar nossa solidariedade ao povo japonês que estava angustiado com a destruição provocada pelo terremoto e tsunami. E, o embaixador Miwa, a mais alta autoridade do Japão em nosso país, fez questão de retribuir esse gesto de amizade”.

Destacou ainda que, “em sua estada em nosso país, pôde viver um momento histórico em que o relacionamento Brasil-Japão se intensificou e, também, aprofundou seus laços econômicos”, tomando como exemplo, fatos como a visita de vários ministros japoneses, o Acordo da Previdência Social entre os dois países (que entrou em vigor em 2012), ou ainda as iniciativas e estudos para facilitar o sistema de emissão de vistos estimulado pelo incremento das relações empresariais entre os dois países.

05Durante a cerimônia, o embaixador Miwa recebeu uma placa e homenagem em nome das cinco entidades e outra do Grupo Parlamentar Brasil-Japão, das mãos de seu presidente, o deputado federal Junji Abe.

Também foi presenteado pelas entidades nikkeis com uma serigrafia do artista plástico Tomoo Handa, com cena sobre imigração japonesa. A embaixatriz Konomi foi homenageada com um buquê de flores.

Ao final, o embaixador Miwa fez sua saudação de agradecimentos em japonês e depois em português:

“Nos próximos dias estarei partindo do Brasil, encerrando minha terceira missão diplomática neste país. Refletindo sobre minha carreira no Ministério, posso afirmar que dediquei a maior parte de minha carreira às relações do Brasil.

07A primeira vez que vim ao Brasil foi em 1976, um ano após ter ingressado no Ministério. Naquela época o Brasil estava sob regime militar, mas as relações econômicas entre os dois países eram bastante estreitas e as pessoas engajadas na cooperação econômica com o Brasil no Japão eram chamadas de “burakuti”. Foi uma época em que pude testemunhar um processo de transição do regime militar para o governo civil.

Em 1995, como chefe da Divisão da América do Sul, lá em Tóquio coordenei os eventos comemorativos de Amizade Brasil-Japão.

08Após isso voltei ao Brasil, pela segunda vez, em 1999, e pude presenciar o processo tão esperado de estabilização econômica sob o governo de FHC. No Centenário de Imigração, em 2008, já como diretor geral da América Latina eu coordenei os vários eventos comemorativos. Graças ao imenso apoio recebido da comunidade nipo-brasileira, pudemos realizar inúmeros eventos comemorativos inesquecíveis.

09E quando voltei ao Brasil desta ultima vez, em 2010, já como embaixador, o Brasil já figurava como potência econômica com o 7º PIB mundial. Pude entender o processo econômico que o governo brasileiro implantou com determinação e os desafios da inclusão social, uma tendência história do País. O que pude concluir após ter acompanhado o Brasil ao longo de quase 40 anos é que doravante o Brasil vai avançar muito mais. Estou convicto de que o Brasil, solucionando seus problemas domésticos, se tornará um país que poderá exercer um papel ainda mais relevante no cenário internacional. Evidentemente, como estamos tratando do Brasil deverá progredir ao modo Brasil, de forma alegre, bem descontraído, ora virando à direita, mas voltando-se à esquerda, ora parecendo correr, mas freando, ora parecendo parar, mas dá um salto. De qualquer forma, não há dúvidas de que vai avançar, pois acredito que o Brasil é um país que, no momento certo, sabe dar um tiro certeiro.”

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