A concorrida cerimônia do 44º Prêmio Kiyoshi Yamamoto

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01Na noite do dia 7 de novembro, no Salão Nobre do Bunkyo, realizou-se a concorrida cerimônia de outorga do 44º Prêmio Kiyoshi Yamamoto.
O evento foi prestigiado por mais de 180 pessoas e reuniu destacadas autoridades do setor agrícola, como a secretária da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, e o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, Roberto Rodrigues.

A cerimônia também foi prestigiada pelo cônsul-geral do Japão em São Paulo, Noriteru Fukushima, pelo representante sênior da JICA no Brasil, Hiroaki Endo e pelo neto do Dr. Kiyoshi Yamamoto, Luiz Toshio Yamamoto.

02Além disso, o evento contou com o apoio de representantes políticos das cidades dos homenageados: de Mirandópolis, o prefeito Franscisco Antonio Passarelli Momesso e os vereadores Ederson Pantaleão de Souza e Roberto Kazushi Sekiya, respectivamente presidente e secretário da Câmara Municipal. E também, de Biritiba Mirim, do vice-prefeito José Cury Andere Filho e do vereador Jorge Mishima, presidente da Câmara Municipal.

Entre as autoridades também estiveram presentes os assessores parlamentares Massah Fujimoto, representando o deputado federal Walter Ihoshi; Reimar Nakama, representando a deputada federal Keiko Ota, e Orídio Shimizu, representando o vereador Aurélio Nomura.

03“Constituído em 1965, o Prêmio Kiyoshi Yamamoto é o mais antigo e mais longevo do setor agropecuário”, anunciou o presidente da Comissão do Prêmio Kiyoshi Yamamoto, Guenji Yamazoe, em sua saudação, destacando que este é “o verdadeiro patrimônio da comunidade nikkei e do setor agrícola”.

Na sequência, o presidente da entidade, Kihatiro Kita, destacou o significado do evento para a história dos imigrantes japoneses e os méritos de cada um dos homenageados.

04Depois, foi realizada a entrega do Prêmio aos homenageados: Kiyoshi Shimasaki, Tadakata Minami e Sidney Fujivara, além de um buquê de flores às esposas.

A parte dedicada às saudações foi aberta por Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e coordenador do Centro de Agronegócio da FGV. “Sou ex (ministro) e não haveria razão para me convidar”, afirmou Rodrigues para, em seguida, ressaltar que se sentia “profundamente honrado” pelo convite e aproveitava a ocasião para manifestar “três agradecimentos”.

05“Minha gratidão e respeito ao povo japonês, o Brasil deve à sua herança, trazida para cá pelos imigrantes”, declarou Rodrigues, destacando ainda “que o povo japonês, por sua história e cultura, presta reconhecimento às obras de seus heróis” e “hoje, o que os senhores estão promovendo é exatamente isso”.

E, finalmente, “o agradecimento pela oportunidade de reencontrar velhos amigos”, lembrando que “há 55 anos venho caminhando pela estrada da agricultura e agora reencontro pessoas que me ensinaram, e que hoje são os faróis de minhas atividades”.

06Já o cônsul-geral Noriteru Fukushima, ao parabenizar os três homenageados, também agradeceu ao governo brasileiro, na ocasião representado pela secretária Mônika Bergamaschi e o ex-ministro Roberto Rodrigues, pelo constante apoio à comunidade nipo-brasileira.

Já a secretária Bergamaschi parabenizou os homenageados e ressaltou a contribuição dos nipo-brasileiros e agradeceu o “privilégio de compartilhar este momento com todos vocês”.

Palavras dos homenageados

07Kiyoshi Shimazaki, natural e residente em Terceira Aliança (Mirandópolis), homenageado pela introdução de novas atividades na região, bem como pela inovação e difusão tecnológica na fruticultura, disse que, “nunca, nem em sonho, imaginou que um dia pudesse ser homenageado com este tão honroso prêmio”. Ressaltou que, “na realidade, outras pessoas de maior destaque que ele mereciam este reconhecimento”, mas admitiu estar muito lisonjeado pela homenagem e presença de inúmeras autoridades, incluindo as do município, do pessoal do beisebol, de sua comunidade e dos familiares. Ao finalizar, destacou a gratidão à esposa Taeko.

Tadataka Minami, natural de Wakayama, contou que chegou ao Brasil em 1955, aos 12 anos de idade, e foi trabalhar juntamente com a família em uma fazenda de café.

08Somente em 1963, ao fixar residência em Biritiba Mirim, onde reside até hoje, sua vida mudou radicalmente. “Até os 21 anos de idade, era completamente vazio, não tinha nada na cabeça, era um completo caipira, assim podemos dizer”, relata, lembrando que a partir disso iniciou um longo processo de descobertas e de dedicados estudos.

Em 1964, foi admitido como aprendiz numa marcenaria em São Paulo e seis anos depois construiu as primeiras máquinas de lavar cenouras, inicialmente usando peça de madeira. Dois anos depois fundou a empresa Minami Indústria de Aparelhos para Lavoura, onde passou a fabricar uma série de implementos agrícolas.

09Sempre atento às questões sociais e educacional dos jovens, mantém convênio com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) para qualificação de mão de obra. Também tem intensa atividade junto à Associação Cultural e Desportiva de Biritiba Mirim.

Sobre a gestão empresarial, entre os ensinamentos que tem aplicado, o principal é o de que “para alcançar o sucesso, o esforço vem em último lugar, isto porque, inicialmente, o pensamento, os procedimentos é que precisam estar corretos”.

10O mais jovem dos três premiados, o agrônomo Sidney Hideo Fujivara, de Capão Bonito (SP), conquistou seu reconhecimento por seu pioneirismo no cultivo da variedade Agata de batata e pelo desenvolvimento de projetos relacionados à questão dos agrotóxicos e educação ambiental.

Em sua saudação, Sidney, bastante emocionado, depois de relacionar seus agradecimentos, afirmou que era “uma grande satisfação receber este Prêmio porque sou um apaixonado pelo agronegócio brasileiro, tenho muita convicção que o Brasil é o principal país com potencial para aumentar a produção de alimentos”.

11De acordo com ele, “o agricultor brasileiro tem demonstrado total capacidade de assumir esta responsabilidade para atender a crescente demanda de alimento do mundo. Só falta os nossos governantes darem a devida importância e atenção ao agronegócio brasileiro, afinal é um dos setores mais importantes da economia deste país”.

Sidney fez questão de chamar toda a família para esta homenagem, “quando a gente chega à determinada idade, só se encontra em situações tristes e achei que era momento de quebrar essa regra e chamá-los para um momento feliz como esse”.

12“Este Prêmio tem um significado muito especial para minha família, principalmente neste momento pelo qual estamos passando”, afirmou. “Meu pai faleceu já pouco mais de três anos e, em fevereiro deste ano, minha mãe faleceu de forma inesperada e muito dolorosa para todos”.

“Essas perdas me deixaram com uma sensação estranha, um vazio muito grande. Sinto que hoje a minha vida está diferente, sem os ditians (avós) e sem os pais. Às vezes me sinto desamparado, sinto muita falta deles, pois sempre foram minha referência”, continuou.

13“Este Prêmio é um reconhecimento por tudo que eles fizeram por nós. Toda dedicação, esforço e sacrifício deles valeram a pena. Tudo o que temos e quem somos hoje é graças às crenças e valores que nos transmitiram. O nosso pioneirismo e empreendedorismo com certeza é fruto do exemplo e do trabalho deles”, afirmou, destacando, “tenho certeza de que eles estão aqui, agora, conosco. Estão orgulhosos, felizes, realizados com o legado que eles nos deixaram”.

14“Por tudo isso, dedico este Prêmio a toda nossa família, todos que, de uma forma ou de outra, fizeram, fazem e farão parte desta história que ainda tem muito para ser escrita e contada para as futuras gerações”.

Na sequência da cerimônia, após o momento do kampai (brinde) foi servido um coquetel reunindo todos para o momento de confraternização.

Fotos: Massao Ouchi

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