Pavilhão Japonês será restaurado nos 120 Anos do Tratado de Amizade Japão-Brasil

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01Um monumento símbolo de amizade e intercâmbio entre japoneses e brasileiros, construído em 1954, o Pavilhão Japonês, no Parque Ibirapuera, passará por obras de restauro. No dia 17 de junho, a doação do principal material para as obras – madeira japonesa – já foi recebido no local. O restauro do Pavilhão Japonês é um dos projetos oficiais dos 120 Anos do Tratado de Amizade Brasil-Japão e está previsto para ser iniciado em novembro de 2015.

Construído conjuntamente pelo governo japonês e pela comunidade nipo-brasileira, o Pavilhão Japonês foi doado à cidade de São Paulo, em 1954, na comemoração do IV Centenário de sua fundação.

02O projeto, de autoria de Sutemi Horiguchi, PhD em Arquitetura pela Universidade de Tokyo; tem como principal característica o emprego de técnicas tradicionais japonesas, reunindo materiais trazidos especialmente do Japão, tais como as madeiras, pedras vulcânicas do jardim, lama de Kyoto que dá textura às paredes, entre outros.

Desde 1955, a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social tem sido responsável pela administração, manutenção e promoção de eventos no local e, para preservar suas características, as restaurações no Pavilhão têm sido cuidadosamente executadas.

03Esta instalação no Parque Ibirapuera é um dos raros pavilhões, fora do Japão, a manter suas características originais em perfeito estado de conservação. O outro se localiza nos Estados Unidos e é conhecido como “Shofuso” – Solar do Pinheiro e do Vento, construído, também em 1954, para abrigar uma exposição no MOMA – Museu de Arte Moderna de Nova York (que teve como incentivador John Rockfeller III, então presidente da Sociedade Japonesa de Nova Iorque) e atualmente está instalado no Fairmount Park, em Filadélfia.

As restaurações

05Em 1988, ano em que se comemoraram os 80 anos da imigração japonesa no Brasil, Norio Nakashima fez sua primeira intervenção no Pavilhão Japonês.

Proprietário da empresa Nakashima Komuten, fundada pela família no Japão, com longa tradição na construção e restauração de madeira (casas, pontes, palcos, templos, entre outros); o empresário doou os materiais necessários e fez os trabalhos voluntariamente.

Dez anos depois, em 1998, o Pavilhão necessitava, 44 anos após sua construção, de substituir todo o telhado, que já apresentava uma série de problemas. Novamente, Nakashima executou os serviços voluntariamente.

Passados 15 anos, em 2013, atendeu a um novo chamado para cuidar do desgaste de alguns pilares e do ataque de cupins no Pavilhão. O trabalho de descupinização foi feito e algumas peças de madeira foram substituídas.

Agora, Nakashima, carinhosamente considerado o Guardião do Pavilhão Japonês, vai atuar em uma nova etapa da restauração do local e já encaminhou ao Brasil mais de 5 toneladas de madeira hinoki e sugi, que foram entregues no Parque Ibirapuera, no dia 17 de junho, para a restauração estrutural do Pavilhão Japonês.

Sugi e hinoki – as madeiras do Pavilhão Japonês

06Após 38 dias vindo de navio do Porto de Nagoya, em Aichi-Japão, desembarcaram no Porto de Santos (SP) quase seis toneladas de materiais e ferramental para a restauração do Pavilhão Japonês – e foram necessários três caminhões para seu transporte ao Parque Ibirapuera.

Armazenadas no próprio Pavilhão, as madeiras são de duas espécies de ciprestes nativos do Japão – especiais para cada local onde será necessário fazer intervenções: o sugi será utilizado para a restauração do telhado afetado pela ação de cupins; já o hinoki servirá para as estruturas das bases dos pilares que estão desgastadas pelo clima brasileiro e pelo tempo.

Novamente, a Nakashima Komuten do Japão, está doando os materiais e fornecerá a mão de obra especializada para o restauro.

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