A visita dos príncipes Akishino no Pavilhão Japonês e no Bunkyo

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01“Contentamento”. Este foi o semblante expresso pelos visitantes e anfitriões durante a passagem do príncipe Akishino e princesa Kiko pelo Pavilhão Japonês e pela sede do Bunkyo, neste último dia 28 de outubro.

Os príncipes, que visitam o Brasil em comemoração aos 120 anos do Tratado de Amizade Brasil-Japão, iniciaram uma longa turnê pelo país que inclui, além de São Paulo, Paraná (Curitiba, Londrina, Rolândia e Maringá), Mato Grosso do Sul (Campo Grande e região do Pantanal), Amazônia (Amazonas e Belém), Brasília (onde, no dia 5 de novembro, ocorrerá a cerimônia oficial dos 120 anos) e Rio de Janeiro.

03O primeiro compromisso do casal no dia da chegada, a partir das 13h15, foi no Parque Ibirapuera, junto ao Memorial aos Imigrantes Pioneiros e Pavilhão Japonês.

Recepcionado por Mikihisa Motohashi, presidente da Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil, e presidentes das associações de províncias, os príncipes Akishino depositaram uma coroa de flores no mausoléu.

Depois, dirigiram-se ao Pavilhão Japonês onde foram recepcionados pela presidente do Bunkyo, Harumi Arashiro Goya; pelo presidente do Conselho Deliberativo, Kiyoshi Harada; pelo presidente de Honra, Kihatiro Kita e pelo presidente da Comissão de Administração do Pavilhão, Léo Ota.

Na entrada, 100 alunos das escolas Mirassol e Pioneiro receberam o casal acenando bandeirolas do Brasil e do Japão.

11Ciceroneados por Cristina Sagara, inicialmente, os visitantes pararam em frente ao pinheiro e marco alusivo à primeira visita dos então príncipes herdeiros Akihito e Michiko, em 1967. Depois, dirigiram-se até outro marco – o da visita da então princesa Sayako, comemorativo ao centenário do Tratado de Amizade Brasil-Japão, em 1995.

Em seguida, próximo dali, o casal plantou um pé de ipê branco: o príncipe Akishino colocou a porção de terra e a princesa Kiko regou a planta.

A visita prosseguiu na sacada do Pavilhão para admirar as carpas coloridas, local onde foram recepcionados por Seiji Ito, vice-presidente da Comissão de Administração do Pavilhão e responsável pela criação dos peixes.

12Mostrando-se à vontade, os visitantes conversaram descontraidamente com os anfitriões, o mesmo acontecendo entre as outras autoridades que os acompanhavam. Entre eles, estava o prefeito municipal Fernando Haddad e o diretor do Parque Ibirapuera, Heraldo Guiaro.

Passando pelo salão principal do Pavilhão, a comitiva apareceu depois no corredor localizado entre o jardim japonês (que tem pedrinhas brancas e kuro matsu) e o jardim Honda, com plantas nativas da mata atlântica.

Sempre acompanhando atentamente as explicações dos anfitriões, os príncipes adentraram ao salão de exposições que abriga objetos de arte japonesa tradicional e painéis fotográficos com a história do Pavilhão. Antes da saída, sentaram para a tradicional assinatura no livro de visitantes ilustres do Pavilhão (ato proibido de registro pelos fotógrafos e jornalistas).

Na saída, mais uma vez, os príncipes fizeram questão de cumprimentar vários alunos, como também um grupo de jovens esposas de executivos japoneses sediados em São Paulo.

A movimentada visita no Bunkyo

21Cumprindo regiamente o horário, era 15h quando as sirenes dos batedores da Polícia Militar anunciaram a chegada dos príncipes ao Bunkyo.

Na entrada, para recepcioná-los, os presidentes das cinco entidades nipo-brasileiras: Harumi Arashiro Goya, do Bunkyo; Yoshiharu Kikuchi, do Enkyo; Mikihisa Motohashi, do Kenren; Toshifumi Murata da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil, e Yokio Oshiro, da Aliança Cultural Brasil-Japão.

Na escadaria e entrada do saguão, 130 alunos das escolas Oshiman, Harmonia e Brasília para a recepção. Nesse local também estiveram oito idosos centenários tendo familiares como seus acompanhantes. Mais uma vez, os príncipes se mostraram receptivos e fizeram rápidas paradas para cumprimentá-los.

22Entrando na sede do Bunkyo –que durante a semana foi devidamente preparada para receber os ilustres visitantes–, os príncipes foram direto para o Salão Nobre, no 2º andar, para encontrar-se com os representantes da comunidade nipo-brasileira.

A lista dos convidados para esse encontro foi de responsabilidade do Consulado Geral do Japão em São Paulo e somou aproximadamente 80 pessoas.

Os presentes foram dispostos em duas filas: inicialmente, estava o grupo de condecorados pelo governo japonês, depois vinham os representantes das entidades nipo-brasileiras; incluindo as relacionadas aos bolsistas no Japão e associações de jovens. Por fim, estava o grupo de políticos nikkeis, representados por deputados estaduais e vereadores.

30Ambos, o príncipe Akishino e a princesa Kiko, fizeram questão de se dirigir a cada um dos presentes, ciceroneados pelo cônsul-geral Takahiro Nakamae. Percebeu-se que, dos 45 minutos inicialmente previstos, esse encontro poderia durar mais tempo se não fossem os insistentes avisos, discretamente emitidos pelo cerimonial que acompanha a visita passo a passo.

O compromisso seguinte no Bunkyo foi no Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil, percorrendo do 7º ao 9º andar. Os príncipes que, desde o primeiro contato com os anfitriões tinham demonstrado grande interesse sobre o tema da imigração japonesa, puderam conhecer os documentos de parte dessa história. A presidente Harumi Goya, contou que, antes da visita ao Brasil, o casal esteve nos museus de emigração japonesa localizados em Kobe e Yokohama e na exposição alusiva aos 120 anos do Tratado de Amizade Japão-Brasil em Tóquio.

No 9º andar, foi montada uma exposição especial sobre a visita dos membros da família imperial ao Brasil.

34Após breve descanso na sala do CIATE – Centro de Informação e Apoio ao Trabalhador no Exterior, no 1º andar, o casal seguiu para o último compromisso do dia. Eram 17h quando foi anunciada a entrada dos príncipes no palco do Grande Auditório. Para a plateia de cerca de mil pessoas (sendo que 650 delas se inscreveram antecipadamente para participar do evento) foi o grande momento – aguardado por pelo menos três horas.

Devidos às questões relacionadas à segurança e organização, o público teve sua entrada permitida até 14h30, ou seja, meia hora antes da chegada dos visitantes do prédio.

35Devidamente cadastrado pela secretaria do Bunkyo, o público foi distribuído em vários setores no Grande Auditório, reservando-se à frente do palco as poltronas para autoridades do Brasil e do Japão e para as integrantes do Coral Feminino Bunkyo.

No palco, ao lado da mesa onde se sentaram os príncipes, à esquerda do público estavam os cinco presidentes das entidades nipo-brasileiras, e de outro lado, os representantes do governo japonês.

Inicialmente, a mestre de cerimônia Cristina Sagara anunciou a entrada das bandeiras do Brasil e do Japão feita por dois estudantes, Leonardo Kawakami Hissanaga, 13 anos, da Escola Morumbi, e Jéssica Teixeira Ferreira Leite, 12 anos, da Escola Pioneiro, seguindo-se os hinos nacionais dos dois países interpretados pelo Coral Feminino Bunkyo.
A presidente Harumi Arashiro Goya fez a saudação representando as entidades, primeiro em japonês e depois em português (veja a integra da saudação).

38O príncipe Akishino, em sua saudação, destacou “o esforço contínuo de cada um dos senhores para preservar a inabalável confiança que a sociedade brasileira deposita nos japoneses e nipo-descendentes, confiança que veio sendo conquistada pelos imigrantes pioneiros” (veja a integra da saudação).

Na cerimônia também foi feita a entrega de lembrança das cinco entidades aos visitantes: um casal de araras azuis esculpido em pedra, sobre uma base de ametista. A princesa Kiko recebeu um ramalhete onde se destacavam vários tipos de orquídeas.

39Neste momento, dois estudantes de 13 anos do Colégio Oshiman, Felipe Toshiyuki Miyamoto e Isabella Galdino Masi, fizeram um discurso que indica o futuro do intercâmbio Brasil-Japão. Ele, descendente da 4ª geração, e ela, sem ascendência japonesa, ressaltaram –ambos em japonês– o gosto pela cultura japonesa.

No encerramento, o Coral interpretou duas músicas, “Tomodati” e “Mitsuo no Kishia no Utá”. Estava programada a terceira música, “Sambalelê”, que acabou sendo cortada devido ao horário.

Na saída do Bunkyo, novamente os príncipes fizeram questão de se aproximar do público e cumprimentar algumas pessoas.

A emoção dos presentes

42Da mesma forma que os príncipes Akishino fizeram questão de mostrar alegria e receptividade em seu semblante (que, às vezes contrastava com a expressão tensa de seus acompanhantes, atentos para os detalhes da programação!), o público também correspondeu a essa demonstração.

Eiko Chen, diretora da Escola Mirassol, que acompanhou seus alunos no Pavilhão Japonês, disse que “estava muito grata e honrada por ter tido o privilégio de participar da recepção”.

Na saída do Pavilhão Japonês, um grupo de esposas de executivos japoneses residentes em São Paulo foi surpreendido pela aproximação do príncipe. “Hoje será um dia inesquecível, jamais poderíamos imaginar que chegaríamos a conversar com os príncipes”, disse uma delas. Contou que foram perguntadas sobre a vida delas no Brasil, incluindo alimentação.

No final da tarde, na saída do Bunkyo, Maria Mizutani também estava exultante. Toda trêmula, contou que morou durante 25 anos no Japão, na província de Gifu, e nunca pensou que pudesse, um dia, chegar tão perto de algum membro da família imperial – “no Japão, eles parecem tão inatingível de todos!”. Completou: “adoro o Japão e ficar assim, ao lado do príncipe, é uma emoção muito grande”.

44A mesma alegria experimentaram as pessoas “Hakujusha” (cem anos de idade) que foram convidadas para a recepção. Sentadas calmamente em cadeiras à beira do tapete vermelho estendido para a passagem dos príncipes, elas contrastavam com o agito dos alunos e de seus familiares (ansiosos por garantir uma imagem desse memorável encontro).

Inicialmente, a aproximação do príncipe e depois da princesa (que leva mais tempo nas conversas com os interlocutores) fez a expressão dos pioneiros centenários se acender. Sorriso nos lábios e olhos brilhantes, pareciam não acreditar estarem vivendo esse momento. Alguns se levantaram para recebê-los e até o príncipe se apoiou no cone delimitador (cordão de isolamento) para poder lhes falar mais perto.

“Neste ano fui homenageado com um diploma”, conta, orgulhosa, Teru Tashiro, que em janeiro próximo completa 100 anos de idade. Ela se referia à Cerimônia aos Hakujusha realizada anualmente no Bunkyo durante as comemorações ao aniversário da imigração japonesa. E, completa, “agora pude me encontrar com o príncipe e a princesa do Japão. Estou muito feliz”. Kikuno Koga, sentada ao seu lado, fez questão de destacar que tem 102 anos de idade e que foi “a primeira vez em sua vida de ter tido a honra de chegar tão perto de alguém da família imperial”.

Pouco antes das 18h, quando os ilustres visitantes deixaram a sede do Bunkyo, entre os integrantes da Comissão Organizadora e junto ao público, também, a expressão foi de contentamento – a despeito do trabalho ou da longa espera no Grande Auditório, verdadeiramente, “valeu a pena”.

Fotos: Gabriel Inamine, Marcus Iizuka, Ronaldo Shishido / Célia Oi / Kenia Gomes

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