Pavilhão Japonês reabre ao público nesta quarta-feira

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03Neste dia 6 de janeiro, um dos raros pavilhões fora do Japão a manter suas características em perfeito estado de conservação reabre a visitação. Trata-se do Pavilhão Japonês, localizado no Parque Ibirapuera, que recentemente passou por uma restauração e agora volta a receber visitantes no mês de aniversário da cidade de São Paulo.

“Estamos organizando um evento com exposições e apresentações de música clássica japonesa para o dia 21 de janeiro, mas não podíamos esperar tanto para abrir novamente os portões, já que as obras de restauração no Pavilhão foram concluídas em apenas três semanas” explica Léo Sussumu Ota, diretor de Marketing e Comunicação do Bunkyo e também presidente da Comissão de Administração do Pavilhão Japonês.

02“Reabriremos a partir do dia 6 e teremos uma programação especial de 21 de janeiro a 28 de fevereiro em que o Pavilhão Japonês vai homenagear os 120 anos do Tratado de Amizade Brasil-Japão e os 60 Anos do Bunkyo, além de comemorar o aniversário da cidade de São Paulo”, finaliza Léo Ota.

A restauração no Pavilhão Japonês foi um dos três projetos oficiais aprovados pela Comissão Organizadora das Comemorações dos 120 anos de Relações Bilaterais Brasil-Japão, presidida pelo embaixador do Japão Kunio Umeda.

04Iniciadas no dia 24 de novembro, as obras de restauro duraram cerca de três semanas e foram realizadas pela Construtora Nakashima, tradicional empresa japonesa na construção e restauração de pontes, templos e moradias de madeira. Seu diretor-presidente Norio Nakashima escolheu uma equipe de 6 funcionários (sendo três deles mestres-carpinteiros, chamados de miyadaiko) e acompanhou pessoalmente todas as etapas do trabalho.

A restauração concentrou-se basicamente nas madeiras dos alicerces, nas estruturas de sustentação do telhado e forros e nas estruturas intermediárias de sustentação dos corrimãos da ponte entre o pavilhão principal e o salão de exposição. Também foram instalados trilhos e feitos reparos nas janelas e portas corrediças do Pavilhão Japonês.

05Segundo Léo Ota, “o projeto de restauração visa preservação deste patrimônio histórico e cultural, concebida e respeitando a mais autêntica técnica construtiva da tradicional arquitetura japonesa, símbolo de integração e amizade entre o Brasil e Japão”.

Em 2015, a intervenção nas madeiras foi mais ampla e radical que da vez anterior. Para se ter uma referência disso, ela está representada por uma carga de mais de cinco toneladas de madeira hinoki e sugi (duas espécies de ciprestes nativas do Japão), além de ferramentas específicas para execução dessas obras.

A madeira sugi foi utilizada para restauração da parte da estrutura de sustentação do telhado que foi afetada pela ação dos cupins; já o hinoki foi usado na estrutura das bases que apresentam desgaste pelas águas da chuva e ação dos cupins e do tempo.01

SERVIÇO

Reabertura do Pavilhão Japonês: dia 6 de janeiro de 2016

Visitação: quarta-feira, sábado, domingo e feriados
Horário: das 10h às 12h e das 13h às 17h
Contribuição adulto: R$ 10,00

Programação especial: O Olhar Japonês no Brasil
De 21 de janeiro a 28 de fevereiro de 2016 (em comemoração ao aniversário de São Paulo, aberto também nos dias 21, 22 e 25; quinta, sexta e segunda-feira)

  • Exposição de Arte Craft (cerâmica), curadoria de Kenjiro Ikoma, presidente da Comissão de Arte Craft do Bunkyo
  • Exposição de Bonsai, curadoria de Márcio Augusto de Azevedo, fundador do Bonsai Kai
  • Exposição de Ikebana, curadoria de Cristina Sagara, vice-presidente da Comissão de Administração do Pavilhão Japonês
  • Concerto de Música Clássica Japonesa (aos finais de semana), curadoria de Shen Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Música Clássica Japonesa

 

O Pavilhão Japonês

Monumento símbolo de amizade e intercâmbio entre japoneses e brasileiros, construído conjuntamente pelo governo japonês e pela comunidade nipo-brasileira, o Pavilhão Japonês foi doado à cidade de São Paulo, em 1954, na comemoração do IV Centenário de sua fundação (naquela época estava sendo inaugurado o Parque Ibirapuera, marco do IV Centenário).

Desde 1955, a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo) tem sido responsável pela administração, manutenção e promoção de eventos no local e, para preservar suas características, as restaurações no Pavilhão têm sido cuidadosamente executadas.

Visitado pela maioria das autoridades japonesas que vieram ao Brasil, o Pavilhão Japonês é um monumento que simboliza o sentimento de gratidão do Japão ao povo brasileiro pela acolhida aos imigrantes japoneses.

Seu jardim exibe alguns marcos destas visitas, como a homenagem da Cidade de São Paulo à comunidade nipo-brasileira em 18 de junho de 1978, por ocasião da visita do casal de príncipes herdeiros Michiko e Akihito. Recentemente, o ipê branco que foi plantado pelos príncipes Akishino e Kiko, que visitaram o Brasil pela comemoração dos 120 anos do tratado de amizade entre os dois países.

A principal característica do Pavilhão Japonês é o emprego dos materiais (madeiras, pedras vulcânicas do jardim, lama de Kyoto que dá textura às paredes, entre outros) e técnicas tradicionais japonesas de construção em madeira utilizando ensambladuras, tendo como referência o Palácio Katsura, antiga residência de verão do Imperador em Kyoto.

Sua construção aqui contou com numerosos imigrantes japoneses que atuaram como voluntários para auxiliar o corpo técnico vindo do Japão. O Pavilhão ocupa uma área às margens do lago do Parque e é composto de um edifício principal suspenso, que se articula em um salão nobre e diversas salas anexas, incluindo uma sala de cerimônia do chá, salão de exposição, jardins, além de um belíssimo lago de carpas.

Seu projeto foi executado pelo professor Sutemi Horiguchi (da Universidade Meiji) e baseia-se em composições modulares de madeira (com divisórias deslizantes, externas e internas), organicamente articuladas, e marcadas pela presença do tokonoma (área destinada à exposição de pinturas, arranjos florais, cerâmica, etc), incluindo chashitsu (sala para cerimônia de chá), bem como outros nichos embutidos, com prateleiras e pequenos gabinetes, decorativamente dispostos.

O Salão de Exposição abriga peças originais e réplicas dos “tesouros japoneses”, representando linguagens artísticas e artesanais de diferentes períodos; doadas e consignadas pelo governo do Japão, entidades, empresas e personalidades diversas. Parte deste acervo foi exposto durante as comemorações do IV Centenário da Cidade de São Paulo.

Esta instalação no Parque Ibirapuera é um dos raros pavilhões, fora do Japão, a manter suas características originais em perfeito estado de conservação. O outro se localiza nos Estados Unidos e é conhecido como “Shofuso” – Solar do Pinheiro e do Vento, construído, também em 1954, para abrigar uma exposição no MOMA – Museu de Arte Moderna de Nova York (que teve como incentivador John Rockfeller III, então presidente da Sociedade Japonesa de Nova Iorque) e atualmente está instalado no Fairmount Park, em Filadélfia.

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