Um inédito espetáculo de bossa nova, reunindo artistas brasileiros e japoneses no Salão Nobre do Bunkyo, está programado para o próximo dia 7 de abril. Trata-se do “Brasil-Japão: Conexão Bossa Nova” que inaugura a série de ações de intercâmbio entre o Bunkyo e o Instituto Cultural Brasil-Japão do Rio de Janeiro.
Para este primeiro evento conjunto, foram convidados três artistas de diferentes vertentes que estarão se encontrando nos compassos da bossa nova. São eles: Gabi Buarque, Shoji Kaneda Trio e Shen Ribeiro.
Gabi Buarque, cantora, compositora e instrumentista, entre outros títulos conquistados, teve seu segundo cd “Fiandeira” na Lista dos Melhores da Música Brasileira de 2014 com a Menção Honrosa. Em 2010 e 2011 foi premiada como melhor intérprete no Festival das Rádios Públicas do Brasil.
Shoji Kaneda chegou ao Brasil em 2009 para aprender música popular brasileira no Conservatório de Tatuí (SP), depois de estudar jazz, funk e blues no Japão e Estados Unidos. Toca guitarra, violão e cavaquinho. No trio, Shoji Kaneda é acompanhado por Diogo Rodrigues (bateria) e Nobuyuki Miyagawa (contrabaixo).
Shen Ribeiro (mestre Kyomei), natural de Botucatu (SP), estudou shakuhachi (flauta milenar de bambu), no Japão, durante muitos anos. Apresentou-se em concertos no Japão, Brasil e Europa e, entre os vários cds que gravou, está o “Brazilian Music of the Shakuhachi”.
Na programação do show, com duração de cerca de 80 minutos, os três participantes estarão interpretando as canções ícones da bossa nova, como também composições próprias.
“Este é o nosso primeiro trabalho conjunto e é muito simbólico iniciar com um pocket show de bossa nova, que é a música brasileira que se enraizou no Japão e, certamente, sinaliza um caminho frutífero no intercâmbio entre as duas entidades e os dois países”, afirma David Leal, diretor artístico do ICBJ.
Camilo Shimabukuro, diretor do Bunkyo e coordenador do evento, destaca também a satisfação em ampliar o intercâmbio junto às outras entidades e acredita que “essas ações fortalecem a missão do Bunkyo e abrem novas possibilidades de difusão cultural”.
SERVIÇO
Brasil-Japão: Conexão Bossa Nova
Data/hora: 7 de abril, quinta-feira, às 20h
Local: Salão Nobre do Bunkyo
Rua São Joaquim, 381 – 2º andar – Liberdade – São Paulo – SP
Estacionamento: Rua Galvão Bueno, 540
Ingressos: R$ 30,00 (à venda na secretaria do Bunkyo)
Mais informações: (11) 3208-1755
SIGA: https://www.facebook.com/Conexão-Bossa-Nova-1122176207826538/
Instituto Cultural Brasil-Japão (ICBJ)
Localizado no centro do Rio de Janeiro, o Instituto Cultural Brasil-Japão foi fundado em 1957 por um grupo de brasileiros, japoneses e nisseis, com o apoio do embaixador japonês Yoshiro Ando, com o propósito de intensificar as relações culturais entre os dois países.
Na ocasião, o embaixador Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, então Presidente da Sessão, foi aclamado 1º Presidente da entidade. Entre os sócios fundadores estão celebridades tais como: Affonso Arinos, Anísio Teixeira, Barbosa Lima Sobrinho, Cândido Portinari, Clóvis Salgado, Oscar Dias Correia, Oscar Niemeyer, Frederico Trotta, Apolônio Sales, Clóvis Monteiro, Antônio Olinto, Deolindo Couto, David Nasser, Herbert Moses, Ruben Berta e mais uma centena de outras personalidades.
A cerimônia de inauguração da sede própria, em 1958, contou com a presença do Príncipe Mikasa e a Princesa Yuriko, que visitavam o Brasil em comemoração ao Cinquentenário da Imigração Japonesa.
Atualmente, além do ensino da língua japonesa, o ICBJ ministra uma série de cursos de arte japonesa, tais como: nihonga (pintura clássica), ikebana, origami, shodô, chanoyu, oshiê e curso básico de culinária japonesa. Também promove uma série de eventos, tais como concertos e palestras.
O ICBJ é presidido pelo Sohaku Raimundo Cesar Bastos, cônsul-geral honorário da República Democrática Socialista do Sri Lanka nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, vice-presidente da Federação das Câmaras de Comércio Exterior-FCCE / Confederação Nacional do Comércio – CNC, diretor para o Brasil da World Federation of Acupuncture and Moxibustion Societies – WFAS, vinculada à OMS.
GABI BUARQUE
Cantora, compositora e instrumentista, tem formação técnica na Escola de Música Villa-Lobos e especialização em Canto de Samba-Choro, Violão e Cavaco pela Escola Portátil de Música.
Troféu de Melhor Intérprete no Festival das Rádios Públicas do Brasil por 2 anos consecutivos (2010/2010), Prêmio de 2º lugar no Festival Samba e Petiscos em Miraí-MG (2013 e 2014).
Gabi Buarque lançou seu segundo cd autoral “Fiandeira” com participação de Jaques Morelenbaum, Marcos Sacramento e Socorro Lira, na Sala Funarte – RJ, Sesc Tijuca, no Largo São Sebastião em Manaus e no Sesc Boulevard – PA.
Além de crítica favorável nos jornais, o cd “Fiandeira” recebeu Menção Honrosa na Lista dos Melhores da Música Brasileira de 2014 e encontra-se à venda na loja Disk Union, em Tóquio.
Gabi Buarque integra o casting de artistas da Backstage Produtions (UK) na WOMEX 2015 ao lado de João Donato, Luiz Melodia, Jorge Vercilo, Dudu Nobre, Gilson Peranzzetta, dentre outros.
É criadora do espetáculo de música e poesia “Gabi Buarque canta Chico, versos Pessoa”, apresentado no SESC Engenho de Dentro, SESI de Jacarepaguá, Vicente de Carvalho, Macaé, Forte de Copacabana, Livraria Arlequim, Rádio MEC, em Manaus (AM) no projeto Tacacá na Bossa e em São Luiz do Maranhão (MA) no Teatro da Cidade.
Em 2015, foi convidada a prestar uma homenagem aos 50 anos de carreira de Maria Bethânia, ao lado do pianista Tomás Improta. É idealizadora e roteirista, juntamente com Carla Vergara, do projeto baseado na obra de Manoel de Barros, “Música para Manoel” – poesia, música, dança e teatro em manoelês – com apresentações no Espaço Nirvana, Clark Art Center, Livraria Arlequim e Teatro SESI – Centro.
Em 2011 apresentou-se no Duo Jazz Festival em Tiradentes (MG) ao lado de Guinga, Victor Biglione, Gilson Peranzzetta, Fátima Guedes, Hélio Delmiro e outros.
Como integrante do grupo Mulheres de Chico, apresentou-se no Viradão Carioca, Circo Voador, Teatro Rival, Bar do Tom, dentre outros, além de turnês pelo país.
SHOJI KANEDA
Nascido em Nara (Japão), toca guitarra, violão e cavaquinho. Aos 18 anos, iniciou os estudos práticos e teóricos de jazz, funk e blues no Japão e Estados Unidos.
Aos 21 anos formou-se em Direito no Tezukayama University, Japão, e nesse mesmo ano começou a atuar como profissional de música acompanhando cantores e ministrando aulas particulares no Japão. Em 2006, formou-se no curso especializado em Jazz Guitar no The School of Music Plan, Japão.
Em 2009, veio ao Brasil e ingressou no Conservatório de Tatuí, interior de São Paulo. Estudou com Fabio Leal, Fabio Gouvêa, Alexander de Souza, Hudson Nogueira entre outros.
Em 2013, participou de um projeto de dança contemporânea com a dançarina Kaoru Ishii e acompanhou os workshops em São Paulo, na USP/ECA e na SP Escola de Teatro.
Além de apresentações, Shoji ministra aulas de guitarra e violão.
SHEN RIBEIRO (Shen Kyomei)
Natural de Botucatu (SP), partiu ao Japão em 1987 para se especializar em shakuhachi e cultura tradicional japonesa. No ano seguinte ingressou na Universidade de Belas Artes de Tóquio e foi discípulo do professor e mestre Goro Yamaguchi (Tesouro Nacional Japonês).
Shen Ribeiro, que em 2013 recebeu a nomeação de “Shen Kyomei”, (mestre em shakuhachi) da Associação Chikumeisha do Japão, gravou diversos cds e entre eles está o “Brasilian Music for the Shakuhachi” (1997), utilizando a flauta tradicional japonesa junto com a rica e universal música popular brasileira, com músicas do compositor Tom Jobim e composições originais.
Em 1998 foi convidado para tocar para a Imperatriz do Japão em um recital na casa do Embaixador da Argentina, em Tóquio, e no ano seguinte, para o Imperador do Japão no Palácio Imperial de Tóquio.
Como concertista apresentou-se em inúmeras salas no Brasil, Japão e Europa interpretando um repertório muito variado de estilos e autores, confraternizando temas clássicos, populares e tradicionais.
Retornou ao Brasil em 2003 na função de diretor o Estúdio Salaviva da Associação Cultural Cachuera!.
Em 2012 participou do encontro internacional de shakuhachi em Kyoto e assumiu a presidência da Associação Brasileira de Música Clássica Japonesa. Atualmente dirige o grupo musical de câmara, “Rocheira Musique Ensemble”.
Sobre sua relação com a bossa nova, Shen Ribeiro conta que “em 1991, quando me formei em shakuhachi, pensei em fazer algo diferente dos outros alunos e meu concerto de formatura foi um show só de bossa nova com piano/teclado, baixo bateria; tocando basicamente Tom Jobim”.
Assim, além do cd gravado nessa época, “paralelamente ao meu trabalho de música tradicional japonesa, tenho pesquisado músicas do repertório da bossa nova para o shakuhachi”, conta.
Anuncia que, em parceria com o maestro e pianista Laercio de Freitas, o novo projeto “Bambu Bossa”, já está em fase de finalização de arranjos para gravação de um novo cd.