“É um orgulho ser o prefeito desta cidade onde está localizada a maior comunidade nikkei fora do Japão”. Com esta ênfase o prefeito João Dória participou da cerimônia de abertura do Ano Novo e dos 110 Anos da Imigração Japonesa no Brasil, realizada no domingo, dia 7 de janeiro, no Hotel Tivoli Mofarrej São Paulo, na Bela Vista.
Cerca de 10 minutos antes do previsto, o prefeito desembarcou na porta do Hotel acompanhado do vice-prefeito, Bruno Covas, responsável pelas relações internacionais da Prefeitura. Recebidos pelos representantes das entidades promotoras, eles foram convidados para visitar as exposições de ikebana e de fotos sobre a imigração japonesa e degustar o chá oferecido durante a cerimônia de chá.
Antes de entrar no salão – onde os esperavam os 380 convidados – o prefeito passou para cumprimentar as integrantes do Coral Feminino Bunkyo e, ao lado delas, gravar um vídeo, prontamente postado em sua página social (@jdoriajr).
Recebido com calorosa salva de palmas, o prefeito Dória demorou para chegar à sua mesa – ninguém quis perder a oportunidade para cumprimentá-lo e, se possível, registrar uma selfie com a prestigiada autoridade. Atendeu a todos sempre bem humorado, acompanhado pelos atentos seguranças!
Participantes das comemorações
Entre as primeiras iniciativas para os preparativos dos 110 anos da imigração japonesa, foi definida a proposta de abrir as comemorações juntamente com as tradicionais cerimônias de ano novo de Hatsugama1, promovida pelo Centro de Chadô Urasenke do Brasil, e de Hatsuike2, promovida pela Associação de Ikebana do Brasil.
Nesse sentido, ao longo dos meses, tendo a participação do Chadô Urasenke, Associação de Ikebana, Consulado Geral do Japão em São Paulo e dos representantes da Comissão para Organização dos 110 Anos da Imigração Japonesa no Brasil, o evento conjunto foi sediado no Hotel Tivoli Mofarrej São Paulo com exposições, demonstração e almoço para 380 pessoas.
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ambém participaram da cerimônia o Coral Feminino Bunkyo que, além da execução dos hinos nacionais do Japão e do Brasil, interpretou as músicas; Itigatsu Tsuitati, Toshi no Hajime (Primeiro de Janeiro, Começo de Ano) e Omedetou Oshogatsu (Parabéns, Feliz Ano Novo), Harmoni no wa o Tsukurou (Harmonia) e Kisha Poppo no Utá (Canção da Maria Fumaça).
Durante o almoço, a presença da música tradicional japonesa ficou a cargo dos professores Shen Ribeiro (shakukachi) e Tamie Kitahara (koto), que apresentaram: Rokudan no Shirabe e Haru no Umi.
Destaque ainda para a Banda NAK formada por Paulo Murozaki (bandolin, violão), Michiko Murozaki (teclado), San Jun Yun (saxofone), Dior Marcelo da Silva Regis (percussão) e Nobuyuki Miyagawa (contrabaixo). No repertório, composições nacionais e japonesas: Chatsumi (autor desconhecido), Feitiço da Vila (Noel Rosa), Kojo no Tsuki (Rentaro Taki), Feitiço de Oração (Noel Rosa) e Furusato (Teiichi Okano).
A solenidade da abertura
“O sentimento que gostaria de expressar neste momento, ao comemorarmos o ano novo e a abertura dos 110 anos da imigração japonesa no Brasil jamais terá alcance por meio de palavras”, afirmou Harumi Arashiro Goya, presidente da Comissão para Comemoração dos 110 Anos da Imigração Japonesa e do Bunkyo, em sua saudação.
“Eu também sou imigrante. Cheguei ao Brasil há 60 anos com minha família, aos 5 anos de idade”, continuou. “Chegamos como todos os imigrantes, aflitos com o nosso destino, mas carregados de muitas esperanças, certos de podermos construir nosso futuro nesta terra”.
E ressaltou: “não estávamos enganados, esta terra se mostrou generosa para aqueles que não têm medo de trabalhar”. E afirmou, “atualmente, a comunidade nipo-brasileira já vive o tempo da sexta geração de descendentes de japoneses e, nesse sentido, considero fundamental reavivar, sempre que possível, o nosso sentimento de gratidão” (leia a íntegra da saudação).
Em seguida falou o cônsul-geral do Japão, Yasushi Noguchi, que além de cumprimentar a comunidade pelos 110 anos, destacou a importante contribuição dela ao progresso do Brasil.
Já o prefeito João Doria, em sua saudação, disse que já esteve no Japão por três vezes e, em todas elas, “encantou-se” ao ver um país vibrante e respeitador dos costumes, trabalhador. Na realidade, “o mesmo DNA que os imigrantes trouxeram para este país”.
“É um orgulho ser prefeito desta cidade que possui a maior comunidade nikkei fora do Japão”, afirmou o prefeito Dória, arrancando aplausos dos presentes, e completou: “temos que aprender muito com esta comunidade”.
Ao encerrar sua fala, nova salva de palmas seguida de comentários elogiosos: “Akemashite omedetou gozaimasu” (Felicitações pelo Ano Novo), disse em alto e bom som, completando “Kotoshi mo Yorushiku Onegaishimasu” (esperamos contar com o apoio neste ano também).
Depois, houve o ritual dos “três vivas” (Banzai Sansho) conduzido por Yasuo Yamada, presidente da Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil – Kenren, e do “Kagamiwari” (literalmente, quebra do barril de saquê com martelo de madeira pelos convidados).
Ao término desse ritual, o prefeito Dória se retirou para outro compromisso (já passava das 13h35 quando despediu-se dos anfitriões, mas levou pelo menos 10 minutos para alcançar a saída!). Mas, fez a recomendação que deixava como seu substituto o vice-prefeito Bruno Covas, que estará centralizando todos os contatos referentes às demandas da comunidade nikkeis nesses 110 anos da imigração japonesa.
Fotos: Gabriel Inamine
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