Bunka Matsuri: Lições sobre Matsuri

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Na noite do último dia 10 de fevereiro, o Bunka Matsuri iniciou uma série de eventos digitais mirando os dias 22 e 23 de maio quando acontece a 15ª edição.

A primeira live chamou-se “Matsuris do Brasil” e reuniu seis representantes de diferentes localidades do país para contar sobre suas experiências na organização dos festivais de cultura japonesa promovidos em suas cidades.

O bate-papo, com a coordenação de Patrícia Takehana, membro do Comitê Jovem e da organização do Bunka Matsuri, teve como ponto comum os desafios enfrentados no ano passado devido à pandemia e, para 2021, a esperança (ainda que remota) de um evento híbrido (mistura de atrações presencias e online).

A live iniciou com o depoimento de Carol Ayako, vice-presidente da comissão organizadora do Festival do Japão em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Contou que o evento, no passado, chegou a reunir num final de semana cerca de 50 mil pessoas. Em 2020, com o evento online somou 30 mil visualizações conseguindo um alcance nacional.

Erika Tomiyoka, membro da organização do Jungle Matsuri- Festival de Cultura e Gastronomia Japonesa da Amazônia – em Manaus, contou que a primeira edição foi feita em setembro de 2019, com a presença de cerca e 30 mil pessoas. No ano passado, por ser um evento recente, os organizadores optaram por deixar de realizar a versão digital.

Roberto Mizushima, presidente da Associação Cultural Nipo-Brasileira de Salvador e coordenador do Festival do Japão de Salvador, reportou que o evento nasceu há 30 anos como Bon Odori e que, a partir de 2007, às vésperas da comemoração do Centenário da Imigração Japonesa, foi ampliado para o atual formato de Festival. Em 2019 o evento registrou cerca de 50 mil pagantes. Destacou que de 90 a 95% do público é formado por não descendentes de japoneses, e conta com a participação de todas as entidades nikkeis da Bahia.

Leonardo Massuda, vice-presidente da Associação Nipo-Brasileira de Goiás e membro da organização do festival “Bon Odori de Goiás”, afirmou que, em 2021 o evento completa 25 anos. Destacou que o festival faz parte do calendário oficial da cidade e conta com o copatrocínio da Embaixada do Japão no Brasil, e registra a atuação de cerca de 530 voluntários. No ano passado, o Bon Odori foi realizado em formato drive-in (reuniu cerca de 200 carros) combinando com a transmissão online (atingindo cerca de 60 mil pessoas de mais de nove países).

Daniel Aoyagui, um dos coordenadores gerais do Festival Aki Matsuri, afirmou que o evento, é realizado anualmente no mês de abril para comemorar a colheita, desde 1986. Reúne variadas atrações e o público chega a 100 mil pessoas e é considerado o maior evento de cultura japonesa da região. No ano passado, o festival foi adiado, e em seu lugar foram promovidos dois eventos de grande sucesso: o Cine Drive-in num espaço de 250 mil m2 que somou cerca de 1.100 carros em 5 sessões distribuídas em 3 dias. O outro foi o Sukiyaki Drive-in com transmissão de show ao vivo e gravado por meio do Facebook e Youtube.

Takayuki Kato, presidente da Comissão do Bunka Matsuri do Bunkyo, destacou a edição online do ano passado com audiência de mais de 20 mil pessoas, cuja transmissão chegou a várias localidades do país, incluindo também os Estados Unidos e Japão. Foi um grande aprendizado que pretendem aplicar na edição deste ano, acrescido de outras novidades.

Os temas para os organizadores

Após a apresentação, os seis participantes foram convidados para comentar sobre diversos temas. Falaram sobre “histórias marcantes ou engraçadas de bastidores dos festivais”, ou então sobre “a atração ou comida que faz mais sucesso” (pergunta encaminhada por Kazue Imasato).

Também responderam à questão enviada por Karen Ito: “vocês acreditam que os festivais híbridos (online e presencial) sejam uma realidade?”. Na sequência, responderam sobre “se nesses festivais existe uma comida ou atração exclusiva da região”. Para finalizar, os seus participantes discorreram sobre a pergunta encaminhada por Hugo Teruya: “o que o faz continuar como voluntário nos matsuris de sua cidade?”.

Apesar de admitirem em tom humorado que se tratava de uma pergunta meio complexa, todos se mostraram inspirados ao justificar sua participação. “Abastece a nossa alma”, afirmou Takayuki Kato.

O presidente Renato Ishikawa que acompanhou toda a live, mostrou-se otimista ao final do evento: “fico feliz em constatar que todos estão empenhados como voluntários”. E, ressaltou que, diante a constatação que a maioria do público desses festivais é de “não nikkei” é “sinal que estamos fazendo nossa lição de casa na divulgação da cultura japonesa e isso é muito gratificante”.

Acompanhe o bate-papo sobre “Matsuris do Brasil” no link https://www.facebook.com/festivalbunkamatsuri/videos/801531070452317

Confira o calendário de eventos completo