Pavilhão Japonês, cheio de novidades

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O Pavilhão Japonês, reaberto ao público no último dia 2 de outubro, retorna à cena cultural de São Paulo cheio de novidades. Além das obras de acessibilidade, apresenta uma exposição de bonsai, instalou uma cafeteria e loja de arte. As carpas continuam lindas e um eterno convite para visitas ao local.

Já na alameda que dá ao portão de entrada do Pavilhão, uma calçada sobressalente oferece mais conforto e mobilidade aos cadeirantes. Ao adentrar no local, poderá perceber outras novidades: o alambrado que delimitava o Pavilhão e o lago foi retirado propiciando a integração do espaço; a antiga calha externa foi retirada  dando mais destaque ao formato dos edifícios e, em pontos estratégicos do jardim foram instaladas várias mesas e cadeira de madeira.

Já na parte interna, as rampas, banheiros adaptados e plataforma elevatória oferecem condições de acessibilidade. Destaque ainda para o novo logotipo do Pavilhão criado pela agência A10.

Ao sair na varanda do salão principal do Pavilhão, além do lago colorido pelas carpas nishikigoi, o mural “Santos Maru” de autoria da artista paulistana Mizú – Erika Mizutani chama a atenção. Numa das extremidades, na beira do barco, uma figura feminina parece tocar a superfície da água (ou da terra?) e juntando-se ao reflexo na superfície do lago cria um cenário inusitado.

O mural tem como referência o avô artistas Hiroshi Mizutani que desembarcou no porto de Santos, em 1933, a bordo do navio “Santos Maru”. É uma obra que reporta a todos os imigrantes que chegaram antes e depois dessa data, destaca a artista. Na parte superior do barco, a inscrição “Vó Edda”, uma homenagem à avó que faleceu justamente na época em que estava pintando a obra.

Erica Mizutani, um dos destaques da nova geração de versáteis artistas urbanos, pinta no papel, na tela, na parede e em objetos. Há cerca de 15 anos deixou a editoração/ilustração de livros e revistas para dedicar-se mais ao trabalho autoral e estar mais perto dos três filhos. Além do Brasil, apresentou seus trabalhos em vários países como Bélgica, EUA, França e Japão.

Conta que seu “olhar persegue” artistas de várias plataformas. Além da “paixão louca” pelo pintor Matisse, diz amar as animações de Hayao Miyasaki, as artes de Takashi Murakami e ilustrador sul-coreano Moonassi.

Mais novidades aos visitantes

O roteiro para conhecer o conjunto ao Pavilhão Japonês – apreciar os detalhes construtivos em madeira, a exposição de arte japonesa e apreciar as carpas coloridas -, agora inclui mais dois itens. Um deles é a Matsu Store, de Sheila Nakamatsu, que comercializa objetos de arte, incluindo as criações dos artistas da Comissão de Arte Koguei do Bunkyo e publicações relacionadas à cultura japonesa.

Outra novidade é a cafeteria NaNayá sob a coordenação da chef Cris Haruyama Sampei da NaNayá Food Store localizada na Rua Pelotas, 596 – Vila Mariana. Além da especialidade em confeitaria japonesa, a cafeteria também serve vários pratos rápidos (bentô), chá e sucos.

A proposta é que o NaNayá do Pavilhão ofereça “um cardápio interessante de comida japonesa, contemporânea e tradicional”, afirma Claudio Kurita, presidente da Comissão de Administração do Pavilhão Japonês.

Após trabalhar anos com informática, Cris decidiu assumir suas raízes plantadas em Mogi das Cruzes por seu avô, Naomichi Murakami. Este, fugindo das dificuldades da lavoura, abriu um comércio de doces e salgados: além das cocadas e bombocados, dos doces japoneses (manju e anpan, por exemplo) também fazia os tradicionais bolos de andares para casamentos. O avô faleceu muito cedo, mas Cris teve a oportunidade de conviver com o dia-a-dia de trabalho da mãe e da avó na Bom Bolinha Doceria de propriedade de uma prima.

Morando em São Paulo, em 2016, decidiu que tinha chegado a hora de deixar o emprego seguro no setor de informática e dedicar-se à culinária japonesa. Há cinco anos no mercado, a chef Cris vem conquistando espaço graças ao sabor e criatividades de seus pratos, tanto de doces como de salgado.

No jardim, os eternos bonsais

O bonsai é uma técnica de cultivo de árvores em vasos pequenos, mas não é só isso. É uma composição artística que vai sendo moldada ao longo dos anos, com paciência e dedicação obedecendo os ditames da natureza. Quem explica é a curadora Agata Takiya ao apresentar a exposição “Bonsai – Forma e Tempo” que ocupa o amplo espaço do jardim externo do Pavilhão.

A mostra reúne mais de 40 espécies num total de 100 peças da Bonsai Kai, empresa que atua no setor deste 1995, e possui uma das maiores e melhores coleções da América Latina.

Esta exposição, que ressalta a tradição cultural do Pavilhão, traz uma série de árvores raras – como o Ficus Panda, de 95 anos ou Ulmus parvifolia de 69 anos -, ou ainda floridas ou com frutas. Tudo para ser visitado com paciência e atenção, até o dia 21 de novembro próximo.

Serviços:

Visitas ao Pavilhão Japonês e Exposição “Bonsai – Forma e Tempo”
Local: Parque do Ibirapuera – portão 10
(próximo ao Planetário e ao Museu Afro Brasil)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – São Paulo – SP
Funcionamento: quinta-feira, sexta-feira, sábado, domingo e feriados
Horário: das 10h às 17h.
Informações:
(11) 3208-1755 ou
pavilhao@bunkyo.org.br  

Contribuição – adulto: R$ 15,00
Estudante com carteirinha: R$ 7,00
Idosos a partir de 60 anos: R$ 7,00 (Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso)
Crianças de 5 a 12 anos: R$ 7,00
Crianças até 4 anos: isento
Atenção:
– Quinta-feira – Entrada Franca
– Doadores da “Campanha Amigo” poderão utilizar seus ingressos

Confira o calendário de eventos completo   

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