Bunkyo Rural: Visita a Petrolina e Juazeiro

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No centro, o cônsul Sano (camiseta azul), sua esposa do lado esquerdo e o presidente Renato Ishikawa do Bunkyo à sua direita

Uma comitiva organizada pela Comissão Bunkyo Rural realizou visita técnica, de 29 a 31 de outubro último, na região de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), no perímetro irrigado do médio São Francisco, onde se produz 90% das mangas e uvas exportadas para diversos países.

Nelson Hitoshi Kamitsuji, presidente da Comissão Bunkyo Rural, afirma que a visita contou com o apoio da ACENIBRA – Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira do Vale do São Francisco, assessorada pela diretora Mônica Ishikawa Virgolino e pela empresa Conexão Turismo e Eventos (com Marina Ishikawa).

“Convidamos pessoas interessadas em conhecer o maior projeto de irrigação do Brasil voltado à fruticultura”, afirma Nelson Kamitsuji, destacando que a comitiva reuniu cerca de 30 pessoas, dentre as quais, vários pesquisadores, agricultores e professores universitários. Além do presidente Renato Ishikawa acompanhado da esposa Olga, estiveram o cônsul-geral do Japão de Recife, Hiroaki Sato e esposa e o presidente da Federação Cultural Nipo-Brasileira da Bahia, Roberto Mizushima e esposa.

A programação constou das visitas às fazendas Special Fruits, localizada em Juazeiro (BA), de propriedade de Suemi Koshiyama, voltada à produção de manga, uva e melão; Sweet Fruits, em Petrolina (PE), de Lauro Takakura, produtora de manga e uva; Frutecer, em Petrolina, de Edson Nakahara, que também produz manga e uva.

Também estiveram na COANA – Cooperativa Agrícola Nova Aliança, em Petrolina, fundada em 2005 para fornecer uvas finas ao mercado externo. Atualmente congrega cinco produtores de uva e manga: Fazenda Fujiyama, Fazenda Área Nova, Fazenda JMM, Fazenda Sweet Fruits, Fazenda Sassaki.

Também visitaram a vinícola Rio Sol que produz espumantes e vinhos de várias castas viníferas.

O encerramento, no dia 31 de outubro, os visitantes foram recepcionados na ACENIBRA.

Gestão, governança e alta tecnologia

“Os nikkeis, capitaneados pelos pioneiros, que se aventuraram na região no final da década de 1960, hoje constituem a segunda maior comunidade do Nordeste brasileiro, com cerca de 130 famílias”, afirma Nelson Kamitsuji, lembrando que a comunidade nikkei em Barreiras, na Bahia, é a mais populosa da região.

“As sedes das fazendas são complexos de armazéns, packing house e câmara frigoríficas”, descreve Kamitsuji, “onde são aplicados o que há de mais moderno na gestão e governança, aliado à mais alta tecnologia no manejo e condução de suas culturas”.

De acordo com ele, o carro-chefe da região são as uvas e mangas, mas também se produz melão, banana, goiaba, acerola, entre outras frutas.

“A opção por uvas e mangas é resultado de tentativas e erros dos pioneiros por outras culturas, levando-se em conta o mercado e aptidão da região”, esclarece Kamitsuji. De acordo com ele, a localização dessa região se tornou estratégica – além de atender toda a região Nordeste com seus produtos, está próxima dos canais de exportação: dos portos de Salvador e Recife e de um aeroporto que comporta cargueiros para transporte aéreo.

Kamitsuji lembra que o “CEASA local é considerado o terceiro em movimentação de produtos e valor no Brasil”, no entanto, ressalva, “se considerarmos a movimentação dos grandes produtores que enviam seus produtos diretamente ao mercado, seguramente é o segundo do Brasil, ficando apenas o de São Paulo como primeiro”.



 

Recepção da comunidade nikkei

No dia 31 de outubro, a comitiva do Bunkyo Rural foi recepcionada com almoço na sede da ACENIBRA, localizada em Juazeiro, que, além das famílias locais, também congrega as de Petrolina, Casa Nova e arredores.

Além do almoço preparado pelas integrantes do Departamento das Senhoras, os convidados assistiram às palestras e apresentação musical com os cantores paulistas Isa Toyota e Takeshi Nishimura que, coincidentemente estavam na cidade.

Como ocorre em outros locais, em Juazeiro/Petrolina, os festivais gastronômicos e eventos como Bon Odori promovidos pela comunidade nipo-brasileira são bastante prestigiados pela população local.

“Foi extremamente proveitoso participar desta visita”, afirmou o presidente do Bunkyo, Renato Ishikawa, “não só pela oportunidade de conhecer de perto a estrutura de produção local, como também pelo intercâmbio com pessoas da comunidade de outras regiões”.

“Fiquei muito feliz tanto pela calorosa receptividade, como também por sentir a vigorosa energia da geração sucessora disposta em prosseguir, e melhorar, o legado de seus pioneiros que fizeram desse pedaço abençoado pelas águas do rio São Francisco, uma fonte de prosperidade”, finalizou.

Crédito das fotos: ACENIBRA (Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira do Vale do São Francisco)

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