Pavilhão Japonês: sucesso em três tempos

Compartilhe

O Pavilhão Japonês, localizado no coração do Parque Ibirapuera, a cada evento se destaca como uma das referências da cultura japonesa em nossa cidade.

Monumento histórico do intercâmbio Brasil-Japão, construído em 1954, o Pavilhão tem se dedicado a uma programação cultural especial atraindo a atenção do público mais jovem.

Soltura das carpas ornamentais

No dia 18 de junho, em comemoração ao Dia Nacional da Imigração Japonesa, realizou a soltura de cerca de 50 carpas coloridas (nishikigoi) no lago do Pavilhão.

Os novos exemplares de nishikigoi foram doados por Lonney Onishi da Associação Brasileira de Nishikigoi, Marcos Renato Gelsi dos Santos da Empresa Mundo Koi e Leonardo Tanabe da Empresa Piraporanga Tanabe.

“Para nós, descendentes de japoneses, é um orgulho comemorar o Dia Nacional da Imigração Japonesa com este ano simbólico que celebra a renovação das carpas deste lago que é uma das importantes atrações deste Pavilhão e do Parque Ibirapuera”, afirmou Claudio Kurita, presidente da Comissão de Administração do Pavilhão Japonês.

Acompanhados com atenção pelos visitantes, os doadores foram cuidadosamente soltando as carpas no lago – eram de tamanho variado, de um a três anos, sendo que as maiores chegavam a pesar 6 kg. Leonardo Tanabe afirmou que selecionou os exemplares de desenhos e cores que não tinham no Pavilhão.

Terminada a soltura, os visitantes foram convidados a dar ração aos “novos moradores”. Assista a cerimônia de soltura das carpas no Instagram do Pavilhão.

A turma descolada da Arte Craft

Nos dias 25 e 26 de junho, o Pavilhão Japonês recebeu cerca de 5 mil visitantes interessados na gastronomia, moda, música e arte reunidos na Feira Nipo-Brasileira Contemporânea, a chamada “Kurafuto”.

Para muitos, o nome “Kurafuto” pode soar estranho: é e verão japonesa de Craft (arte Craft, equivalente, em português, a algo próximo a artesanato moderno) e que ressalta o propósito do evento.

Esta foi a terceira edição do evento – a primeira foi no MIS – Museu da Imagem e Som e a seguinte, o Heavy House, em Pinheiros.

No amplo espaço do jardim em torno do Pavilhão e no Salão de Exposição foram montadas as 26 barracas dos expositores, bem como os acomodações para as oficinas.

Aos visitantes, além de degustar as cervejas (Japas Cervejaria), os sanduiches (Sandoiti) e doces (Cake.Ya, Ooey Cookies), também puderam adquirir (ou somente admirar!) as kokedama (literalmente, bola de musgo, um método de cultivo de plantas ornamentais de origem japonesa), cerâmica, marcenaria, moda inspirada em quimonos, (Maipeesu e Hobo Moda Livre), entre outras atrações.

O resultado do evento “Kurafuto” que, em sua 3ª. edição, só num final de semana consegue reunir cerca de 5.000 visitantes, é especialmente simbólico. Em sua maioria, os expositores são da nova geração de nipo-descendentes que, inspirados em conceitos e técnicas japonesas, incorporam e assumem (com muito prazer e sem culpa!) os dois lados Brasil e Japão ao mesmo tempo.

Assim, dos 26 expositores, a grande parte ressalta o nome do criador/artistas. Mas ao mesmo tempo, outros fazem um descontraído trocadilho com o aportuguesamento das palavras japonesas (Sandoiti, modo japonês para o popular sanduiche; Maipeesu, expressão japonesa do inglês My Pace que se refere a pessoas que fazem as coisas no seu próprio ritmo, etc).

Que venham novas edições do Kurafuto com suas novas criações! Assista ao link da 3ª edição.

Ao som do incrível tsugaru-shamisen

O Pavilhão Japonês realizou no último dia 6 de agosto, o “Shamisen Day”, com o apoio da Japan Foundation e Grupo Min.

A programação iniciada às 10h, incluiu oficinas e mesa-redonda, mas a atrações principal foi o show de Kinzaburo Abe, líder do grupo Abeya, dedicado ao tsugaru-shamisen (gênero musical de shamisen original da península de Tsugaru, prefeitura de Aomori).

Campeão do 8º Campeonato Nacional de Tsugaru-Shamisen em 2005, Kinzaburo Abe, fez sua primeira turnê pelo Brasil.

O placo montado ao ar livre criou um ambiente descontraído, e o músico com sua simpatia conquistou o público que acompanhou atentamente sua técnica apurada, versatilidade e incrível capacidade de improvisação com as três cordas do shamisen e o bachi (espécie de baqueta).

Em conjunto com os membros do Grupo Min, além das performances solo (arrancou demorados aplausos com suas improvisações), cantou músicas folclóricas (em Tóquio, disse, tenho poucas oportunidades de cantar), tocou flauta e interagiu com o público (“o grande desafio do Concurso Nacional de Tsugaru-Shamisen é a improvisação e gostaria que, nos próximos anos, surgisse um campeão representante do Brasil”, afirmou).

O show variado de cerca de uma hora, encerrou em clima de happy end, com o público dançando o tradicional “tanko bushi” ao redor do palco.

A integra da apresentação de Kinzaburo Abe e seu tsugaru-shamisen está disponível no link Aqui. Imperdível. a vida segue, o amor fica para sempre, mais generoso!

Confira o calendário de eventos completo