Com distribuição no Brasil pela Sato Company, longa com Koji Yakusho (Dias Perfeitos) retrata vida dos dekasseguis brasileiros, que vivem e trabalham no Japão.
Chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 15 de agosto, FAMÍLIA, drama japonês protagonizado por Koji Yakusho (Dias Perfeitos), que traz como pano de fundo a questão da imigração de brasileiros no Japão. Os chamados dekasseguis oriundos do Brasil já ultrapassam os 300 mil no país.
O termo dekassegui é usado pelos japoneses para designar os trabalhadores estrangeiros residentes no Japão, com ou sem ascendência japonesa. Os japoneses que migraram de províncias distantes para trabalhar nos grandes centros – como Tóquio e Osaka – também são chamados de dekasseguis. Traduzindo para português, o termo significa ‘trabalhador migrante’.
O filme retrata um pouco da realidade dessas pessoas, especialmente as que trabalham nas fábricas e indústrias, que muitas vezes enfrentam condições de trabalho desafiadoras, com elevadas jornadas de trabalho e salários baixos em relação ao custo de vida no país.
“Quando comecei a atuar, meu primeiro papel foi o de um japonês chamado “Imigrante A” que foi para a Amazônia no Brasil, e o filme foi realmente filmado em uma área chamada Tomé-Açu. Era uma história sobre imigrantes japoneses que lutam no Brasil”, conta Yakusho. “Desta vez, o filme Família retrata trocas entre jovens brasileiros que migraram para o Japão e pessoas japonesas. É possível viver junto com pessoas de países diferentes, com valores diferentes, sem parentes de sangue? Espero que os japoneses que se mudaram para o Brasil e agora vivem como brasileiros assistam ao filme também”, completa o ator.
O longa conta a história de um artesão, interpretado por Yakusho, que acaba se envolvendo com um jovem brasileiro, Marcos, e a partir desse momento começa a enxergar os diversos problemas enfrentados pelos estrangeiros que vivem no Japão.
Marcos é interpretado pelo ator brasileiro Lucas Sagae, que é lutador profissional de kickboxing e vive no Japão com os pais, também brasileiros, desde a infância. No elenco também está Fadile Waked, mestiça de brasileira com libanês. Nascida e crescida em Manaus, a atriz mudou-se para o Japão aos 9 anos junto com a mãe e seu padrasto nipo-brasileiro e se estabeleceu na cidade de Nagoya.
Ambos os atores foram selecionados por testes de elenco e se mostram excelentes intérpretes em sua estreia no cinema. O longa também conta com a participação do brasileiro Alan Shimada, do grupo de rappers brasileiros Green Kids.
Com direção de Izuru Narushima, Família trata dos laços de afeto que unem as pessoas e formam uma “família” improvável. “Estamos em um período de divisões, vide as discussões recentes envolvendo as eleições nos Estados Unidos. Com esse filme, eu queria mostrar que a comunidade brasileira que vive no Japão é formada por pessoas muito interessantes e que basta iniciar uma comunicação com eles, que é possível ter um relacionamento próximo com essas pessoas. A mensagem que eu gostaria de transmitir é essa: que para além das divisões, é possível nos relacionarmos com os outros como uma família”, diz o diretor.
O personagem central é Seiji Kamiya, um artesão viúvo que mora sozinho, trabalhando com cerâmica. Seu filho Manabu vive com a esposa Nadia na Argélia, onde trabalha como engenheiro numa grande empresa. Quando Manabu conta que quer abandonar o trabalho e voltar para o Japão para trabalhar com o pai como ceramista, Seiji acha arriscado para o futuro do casal, mas Nadia embarca na ideia para tentar uma nova vida e uma nova família ali.
No Japão, eles conhecem Marcos, um jovem brasileiro que vive num conjunto habitacional Ho-oka, onde sofre um acidente quando está fugindo de uma gangue e acaba sendo ajudado por Seiji e sua família. Esse grupo irá formar uma espécie de família, com a qual vão tentar superar juntos as diferenças do presente e as marcas do passado e conviver encontrando empatia e forças mútuas para seguir em frente.
Para o público brasileiro, Família traz elementos ainda mais interessantes, ao abordar o fenômeno da imigração e suas consequências tanto sociais e políticas quanto na vida pessoal das personagens. A comunidade brasileira tem um papel fundamental dentro do longa e, especialmente Marcos, que irá transformar a vida do protagonista.
Sinopse
Uma história emocionante que retrata pessoas tentando criar uma “família”, superando diferenças de circunstâncias. Seiji Kamiya (Koji Yakusho) é um artesão que vive sozinho, trabalhando como ceramista. Quando seu filho Manabu retorna ao Japão para trabalhar com o pai, eles conhecem Marcos (Lucas Sagae), um jovem brasileiro que vive em um conjunto habitacional, onde sofre um acidente quando está fugindo de uma gangue. Esse grupo irá formar uma espécie de família, com a qual vão tentar superar juntos as diferenças do presente e as marcas do passado e conviver encontrando empatia e forças mútuas para seguir em frente.
Ficha Técnica: Direção: Izuru Narushima, Roteiro: Kiyotaka Inagaki, Produção: Tomoo Itô, Elenco: Koji Yakusho, Ryô Yoshizawa, Lucas Sagae, Malyka Ali, Fadile Waked, Direção de Fotografia: Jun’ichi Fujisawa, Trilha Sonora: Gorô Yasukawa, Montagem: Hirohide Abe, Ai Sanjô, Gênero: drama, País: Japão , Ano: 2023, Duração: 121 min.
Sobre a Sato Company
Fundada em 1985, a Sato Company é pioneira na distribuição e referência em Animes e Tokusatsu, tendo em seu portfólio conteúdos asiáticos de sucesso de público e crítica como Akira, Ghost in the Shell, National Kid, Ultraman, Jaspion, Jiraiya, dentre muitos outros. Sua constante inovação hoje se traduz na produção e distribuição para cinema, televisão, OTT (SVOD/TVOD/AVOD). Atua também como agregadora de conteúdo e no licenciamento de produtos. Em 2024 foi responsável por trazer ao Brasil os filmes vencedores do Oscar ‘Godzilla Minus One’ e ‘O Menino e a Garça’.
Texto: Sinny Assessoria e Comunicação