Explicações sobre a Exposição do 7º Andar

1 – A emigração japonesa para além-mar

Na entrada, há um mapa-múndi em inox, onde estão registradas as datas relativas às emigrações japonesas para Havaí, Estados Unidos, Peru e Brasil. Na mesma ilustração, estão talhadas, no metal, as imagens dos modos e costumes dos meados e épocas finais da Era Meiji.

2 – A abertura das relações Brasil-Japão

Está exposta, neste local, uma reprodução do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão, em português e em japonês, além de Relatos sobre Pesquisas sobre o Brasil, o Contrato de Envio de Imigrantes e Imagens dos Precursores da Imigração, que vieram ao Brasil antes do Kasato Maru e que teceram as bases para a vinda dos imigrantes.

3 – O novo mundo: Brasil 
 
Aqui mostra a situação do Brasil, por volta de 1908, quando chegaram os primeiros imigrantes japoneses, em especial, o mapa indicando os locais onde entraram os imigrantes europeus. Mais adiante, imagens dos navios que trouxeram os imigrantes japoneses. 
4 – Os imigrantes do Kasato Maru 
 
A maquete do navio Kasato Maru, o passaporte do imigrante, a imagem do porto de Santos à época e imagem das senhoras imigrantes, em trajes ocidentais, no momento do desembarque. 

5 – Do embarque ao envio às fazendas 

A imagem do antigo abrigo de imigrantes em Kobe, imagens do embarque, a Hospedaria de Imigrantes em São Paulo e fotos das imagens de cenas dentro do navio.

6 – A vida de colono na fazenda de café 
 
Tendo ao fundo um painel com a réplica do quadro de Tomoo Handa, retratando cenas da colheita do café, estão expostos os objetos do cotidiano usados pelos lavradores, a caderneta do lavrador, o registro dos volumes de colheita e mais adiante a instalação de vídeo, mostra “Lembranças da vida de colono”. 
7 – O desbravamento de matas virgens 
 
Tendo ao fundo a ilustração da derrubada de matas virgens, da queimada, da construção de cabanas e cenas do plantio, estão expostos animais empalhados que viviam próximos aos imigrantes nesta fase do desbravamento. 
8 – A cabana do imigrante 
 
A réplica de uma cabana e seu interior, com objetos de uso cotidiano trazidos pelos imigrantes. 
9 – A construção das áreas de colonização 
 
Ao lado da cabana do imigrante, há um marco indicador da área de colonização Aliança. Nesta área, estão expostos os mapas de distribuição de áreas da Colônia Aliança, cenas de outras colônias, materiais didáticos confeccionados manualmente para o ensino da língua japonesa e livros didáticos utilizados nas escolas das colônias. 
10 – A sabedoria e as invenções dos imigrantes para sua sobrevivência 
 
Algumas das invenções e adaptações: o ralador de mandioca, utensílio para fazer tofu (queijo de soja), polidor manual de arroz, utensílio para captura do tatu, entre outras invenções e criações dos imigrantes para sua sobrevivência. 
11 – Wazaburo Otake e Shuhei Uetsuka 
 
Wazaburo Otake, que veio ao Brasil em 1889, foi o primeiro japonês a publicar os dicionários português-japonês e japonês-português, aqui expostos neste espaço. Também se encontram expostos a mesa de trabalho usada pelo Shuhei Uetsuka e o seu busto. 
12 – Lazer dos imigrantes 
 
Materiais esportivos usados nas práticas desportivas realizadas nas colônias e diversos objetos utilizados nas diversões e hobbies praticados em ambientes internos. Na sequência estão também expostos fotos que ilustram as atividades teatrais e a vinda de cinemas ambulantes, muito esperadas e apreciadas pelos imigrantes. 
13 – Transição para agricultura voltada para o formato interiorano 
 
Quando o imigrante entra na fase de transição do estado de colono para o produtor independente, adquire terras virgens, cada vez mais do interior e planta café, arroz, algodão, milho, feijão, entre outros produtos e este espaço mostra esta fase de agricultura de desenvolvimento autônomo. 
14 – Início do estabelecimento de agricultura nas redondezas das grandes cidades 
 
Deixando a agricultura de interior, os imigrantes começam a se deslocar para as proximidades da cidade de São Paulo e aqui passam a dedicar à produção de verduras, frutas e atividades granjeiras. Neste espaço estão expostos fotos e objetos que mostram as características do agricultor japonês. 
15 – Promoção da agricultura tropical 
 
Os imigrantes japoneses que imigraram para a região da Amazônia, introduziram a produção da juta e da pimenta-do-reino, fazendo delas uma das economias de desenvolvimento da região. 
16 – Assitência médica do imigrante 
 
Neste espaço estão expostos instrumentos e objetos, mostrando que o Hospital Japonês, inaugurado em 1938, hoje Hospital Santa Cruz, era o hospital que estava provido de equipamentos médicos e tecnologias mais desenvolvidas da época.

Explicações sobre a Exposição do 8º Andar

17 – Introdução de novas espécies de produção agrícola 
 
Está exposto um mapa mostrando a região onde comunidades de imigrantes introduziram o junco, chá preto e o linho rami. No mesmo espaço, estão expostos produtos feitos, tendo como matéria-prima o linho rami, bem como máquinas para produção de esteira, máquina descascadora de linho rami e fotos que ilustram a produção e colheita destes produtos. 
18 – O surgimento da agricultura integrada 
 
Uma instalação de trivision mostra cenas de fronteiras agrícolas e grandes fazendas agrícolas sendo pulverizadas com inseticidas por meio de avião, bem como outras cenas de agriculturas em fazendas das redondezas de grandes capitais. 
19 – O Surgimento e a evolução do movimento de cooperativismo 
 
Fotos e documentos mostrando as sedes das cooperativas Cotia e Sul Brasil, fundadas pelos imigrantes japoneses. Há a tabela de distribuição das cooperativas agrícolas da comunidade japonesa dos anos 1930 e um vídeo mostrando a evolução histórica das cooperativas e suas atividades, iniciando pelo “Sindicato dos agricultores nipo-brasileiros”, considerado o pioneiro da constituição de uma cooperativa da comunidade japonesa no Brasil. 
20 – O primeiro passo para uma vida na metrópole 
 
Neste espaço, estão expostos fotos de cenas de vida e planta da Rua Conde de Sarzedas e redondezas, onde os imigrantes que vieram do interior se instalaram, além do primeiro diploma universitário, o de odontologia, obtido por um imigrante e Alvará de funcionamento de tinturaria. 
21 – Promoção da atividade industrial 
 
Neste espaço, em curva, com um enorme barril de pinga (bebida alcoólica à base de cana-de-açúcar) ao centro, estão expostos fotos de fábricas de shoyu, polidora de arroz, indústria de máquinas agrícolas, indústria de tijolos, além de fotos de empresas comerciais, financeiras e de desenvolvimento vindas do Japão. 
22 – O túnel chamado “guerra” 
 
Este espaço tem o seu teto rebaixado e as paredes estreitadas para representar uma época de turbulência e insegurança vividas pelos imigrantes japoneses no Brasil. Aqui estão expostos jornais e documentos regulamentando o uso da língua estrangeira, a proibição do ensino da língua estrangeira, documentos históricos sobre a donativos para a defesa do país e documento sobre o movimento de envio de aviões militares. Além destes, encontram-se objetos relacionados aos “Kachigumi”, os que acreditavam na vitória do Japão, e aos “Makegumi”, os que tinham a informação da derrota do seu país, que se confrontaram e criaram estados caóticos de insegurança entre a comunidade japonesa e que poderão ser compreendidos aqui, através de objetos e documentos expostos.
23 – A era do amanhecer da sociedade japonesa do pó-guerra 
 
Encontram-se expostos fotos sobre o reinício das publicações dos jornais em língua japonesa, notícias sobre a vinda de grupos de esportistas japoneses, bem como de artistas do Japão. 
24 – Retomada da imigração japonesa 
 
Com fotos de Yasutaro Matsubara e Kojiro Tsuji, que foram os pioneiros da imigração pós-guerra, mapa federal de distribuição de imigração, assim como mapa de distribuição confeccionado pela instituição japonesa de imigração, fotos de partida do navio, desembarque no porto e cenas de vida dos imigrantes do pós-guerra. 
25 – Vinda de empresas japonesas ao Brasil 
 
Com o crescimento da economia japonesa e o desenvolvimento econômico do Brasil, em vez de imigrantes agrícolas, começou a intensificar a vinda de empresas japonesas ao Brasil e assim, os dois países entram em uma nova fase de relacionamento bilateral. Com a exposição de fotos das instalações industriais das empresas representativas de empresa japonesa que vieram ao Brasil, a Usiminas e a Ishibras, é ilustrado este movimento, juntamente com o gráfico de áreas de atuação das empresas japonesas. 
26 – Sala de exposições especiais Professor HIROSHI SAITO 
 
Esta é uma sala de exposições especiais, que leva o nome do primeiro diretor deste Museu, o Dr. Hiroshi Saito. Nele são realizados eventos especiais com temáticas escolhidas ou eventos de um modo geral.

Explicações sobre a Exposição do 8º Andar

27 – O alvorecer das novas relações bilaterais 
 
Em abril de 1952, foi firmado o tratado de amizade entre o Japão e o Brasil e, em janeiro de 1953, é retomada a primeira imigração do pós-guerra, no formato de imigração por carta de chamamento de familiares dos imigrantes que já viviam aqui no Brasil. Os imigrantes que vieram ao Brasil com intenções de trabalhar para ganhar dinheiro e retornar ao país, mudaram de opinião e resolveram se fixar aqui neste país. A imigração do pós-guerra, evoluiu tendo como base os Imigrantes sericultores, imigrantes jovens da Cooperativa Cotia e imigrantes noivas que se seguiram a estes jovens de Cotia. A partir de 1973, em vez de imigração via marítima, foi adotada a imigração via aérea e, assim, a imigração propriamente dita se encerra. Com fotos ilustrativos desta época, estão também expostos documentos relativos a estes assuntos. 
28 – As mudanças na comunidade nikkei 
 
Com a decisão do imigrante de se estabelecer no país, surgem mudanças no estilo de vida do imigrante. Em primeiro lugar, a maioria dos imigrantes decidiu educar os filhos para a participação ativa na sociedade brasileira. A mudança que se observou foi a diversificação das áreas de atuação de atividades profissionais e o declínio da presença dos isseis, primeira geração de imigrantes. O casamento interétnico foi intensificado, e a delimitação da comunidade nikkei começa a ficar menos evidente. E, também, em relação ao ensino da língua japonesa, começa a ser requisitada a mudança para uma estrutura educacional de língua japonesa sem distinção de nikkei ou não-nikkei. Com fotos ilustrativos desta época, estão também expostos documentos relativos às mudanças na comunidade nikkei. 
29 – O desenvolvimento de uma nova era 
 
No início de 1980, inicia-se o “fenômeno dekassegui”, trabalhadores nikkeis buscando trabalhos no Japão, causado pela má situação econômica do Brasil, observando-se um movimento de contrafluxo em massa, de retorno ao país de origem, que continua ainda hoje, tornando-se difícil a previsão do formato da comunidade nikkei. Antes, o relacionamento entre os países se restringia a mão de via, na direção de vinda de imigrantes, mas hoje há um amplo intercâmbio, desde áreas científicas, esportivas e até mesmo em nível de autarquias regionais. A integração dos nikkeis na sociedade brasileira se aprofundou e, hoje, podem-se ver os nikkeis atuando não só na política da esfera federal, estadual e municipal, como também em diversas áreas, tais como áreas de negócios e áreas artísticas. Observando-se as fotos expostas como fundo de painéis de número 27, 28, 29, podem-se ver as mudanças que ocorreram na sociedade nikkei após a Segunda Guerra Mundial.
30 – Painéis do pintor Seiji Togo: “Paisagens do desbravamento dos imigrantes” 
 
Aqui, estão expostos dois grandes murais denominados “Paisagens do desbravamento dos imigrantes”, doados pelo artista Seiji Togo ( 1897-1978): um mede 7,3mx2,1m e o outro 7,8mx2,1m e foram concluídos em 1978. Estes se tornaram as suas derradeiras obras. 
31 – Espaço para exposições e eventos 
 
Este espaço é destinado para exposições especiais e é também utilizado para eventos.

Além da parte expositiva, o Museu ocupa também o 3°andar do mesmo edifício. Lá se encontram a Biblioteca e a Reserva Técnica, onde todo o acervo que não está exposto é conservado e é realizado o atendimento ao público pesquisador, composto por estudiosos, jornalistas, escritores e interessados em história da imigração.

No 3°andar também é feito a administração de todo o acervo e planejamento e a execução de exposições, workshops, lançamento de livros e outros eventos de natureza histórico-cultural, com a finalidade de divulgação e educação do público, sobre um dos aspectos da história de nosso país, constituído por imigrantes de diferentes países e suas histórias.

Neste 3° andar são desenvolvidas as principais atividades do Museu:

1- Organização e tombamento do acervo
2 – Conservação e restauração do acervo
3 – Criação de um Banco de dados digitalizados do acervo
4 – Divulgação do acervo (site do Museu em construção)
5 – Planejamento e execução de eventos (exposições, lançamentos de livros)
6 – Ação educativa (visita guiada, workshops, estágios)
7 – Atendimento a pesquisadores, estudiosos, pessoas em busca de dados sobre a imigração japonesa.
8 – Administração do Museu

O Museu possui também uma reserva técnica para objetos maiores, como mobiliários e maquinários usados pelos imigrantes, dentro do Centro Esportivo Universidade Kokushikan, localizado em Ibiúna-SP e que pertence também `a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social.