TV BUNKYO / 25.2.2022

Parceria econômica Brasil Japão

Este programa da TV Bunkyo vai abordar o relacionamento que existe entre Brasil e Japão. Vamos conhecer empresas japonesas que vieram para cá, além da troca cultural, política e oportunidades de estudo.

Como aproximar mais as relações econômicas entre os 2 países? Gioji Okuhara teve experiência como CEO de empresas multinacionais, inclusive asiáticas, citando como principal atrativo do Brasil a questão ambiental, de sustentabilidade, conquistando investidores como a empresa Soft Bank, com um fundo de 5 bilhões de dólares destinados à América Latina.

Com a proposta de vender produtos a 100 ienes, a Daiso Japan inaugurou a sua primeira loja no Japão em 1992; chegando no território brasileiro em 2012, conta hoje com mais de 5 mil lojas em 28 países. Reginaldo Gonçalves, gerente geral da Daiso no Brasil acredita que o sucesso da rede de lojas se deve à maneira colorida, divertida e inusitada de composição dos artigos, atraindo inicialmente o público nikkei, mas que logo tomou o gosto dos brasileiros.

Toshifumi Murata, presidente da câmara de comércio e indústria Japonesa no Brasil, comenta que as câmaras de comércio tem como objetivo incrementar os investimentos das empresas em outros países e facilitar o entendimento dos negócios da indústria e serviços entre as nações. Para ele as relações entre Brasil e Japão dependem muito da situação econômica favorável, além da necessidade de intercâmbio das futuras gerações ao país de origem de seus descendentes, promovendo a perenidade das relações interpessoais, decisivas nas decisões comerciais.

Celso Guiotoko, presidente da câmara de comércio Brasileira no Japão, relata a grande concorrência atual que as empresas do Brasil sofrem de empresas estrangeiras, de países como Austrália, Chile e México. Houve um longo trabalho em promover acordos comerciais, juntamente com o Mercosul para que as dificuldades de entrada no mercado japonês sejam diminuídas; por outro lado empresas Japonesas como a Toyota tem grande penetração no mercado nacional, com investimentos de 4 bilhões de dólares só no estado de São Paulo.

Com grande esforço de adaptação pelos imigrantes japoneses, foi possível hoje vislumbrar a consolidação de empresas com raízes nipônicas, fruto de muito esforço e garra de seus fundadores. Tiago Sato Kashima, gerente geral da Eat Asia, relata a dificuldade de se ter a marca Hello Kitty e os benefícios do licenciamento pela Sanrio do Brasil,  com presença em mais de 170 países e 47 anos de história, atendendo todos os públicos, tanto jovem quanto adulto.

A Sakura Alimentos nasceu no Brasil pela mão de imigrantes japoneses e agora amplia seus negócios na terra do sol nascente, exportando atualmente para 22 países. Sinônimo da culinária oriental, a empresa também oferece consultoria para empresas japonesas que desejam iniciar alguma operação no Brasil, criando parcerias para distribuição de produtos japoneses no mercado nacional.

Um grande movimento decasségui ocorreu em meados da década de 80. Na época, os brasileiros viajavam para o outro lado do mundo sem nenhum preparo, tampouco conhecimentos sobre legislação, cultura ou sistema previdenciário do Japão, desse modo virando alvos de empreiteiras mal intencionadas e gerando atritos com a comunidade. Masato Ninomiya, com o apoio do governo japonês fundou o CIATE – Centro de Informação e Apoio ao Trabalhador no Exterior, auxiliou o acesso à informação através de cursos, palestras e consultoria jurídica.

A comunidade Nikkei ainda conta com as diversas modalidades de bolsa de estudo da JICA – Agência de Cooperação Internacional do Japão. Masayuki Eguchi, representante chefe do escritório da JICA no Brasil, detalha os programas de bolsa de estudos no Japão de curto e longo prazo, somando mais de 170 bolsistas todos os anos (com exceção na pandemia), cumprindo a missão da organização de formar futuros líderes e capacitar as pessoas para de fato conseguir atuar em suas áreas no retorno ao Brasil.