TV BUNKYO / 4.2.2022

Artes Marciais

Entre as muitas riquezas culturais trazidas pelos descendentes japoneses ao Brasil, uma tem um espaço de destaque: as artes marciais. O Judô por exemplo é uma das modalidades que mais trouxe medalhas olímpicas ao país, cumprindo desde 1984 com a tradição de garantir medalhas em todas as edições dos jogos olímpicos.

A atleta Gabriela Chibana fala com orgulho de como a prática do Judô, iniciada por seu avô, se tornou o modo de vida de sua família, treinando desde a infância no tatame dentro de casa, atingindo depois um alto nível de dedicação ao esporte, de maneira que a judoca representou o Brasil nas olimpíadas de Tóquio 2020, resultado de muito sacrifício e perseverança.

Sobre ser a primeira mulher da família a realizar esse feito, Gabriela revela ter o sentimento de dever cumprido ao levar o legado de sua família adiante, além de ter orgulho de representar o Brasil fazendo o que mais ama, estando dentre os melhores atletas do mundo. Seguindo a mesma tradição, o primeiro medalhista olímpico de judô nacional em 1972, Chiaki Ishii, japonês naturalizado brasileiro, conquistou medalha de bronze em Munique na Alemanha e passou suas habilidades para a família por meio de sua filha Vânia Ishii.

Atletas judocas como Henrique Guimarães – medalhista de bronze em Atlanta em 1996 e Alessandro Puglia – presidente da federação paulista de judô, ressaltam a importância do esporte não apenas como competição, mas na formação educacional como um todo, promovendo ensinamentos que envolvem superação, disciplina, respeito e coletividade.

Uma outra modalidade de luta bastante peculiar é o Sumô: com fortes características xintoístas (a religião mais praticada no Japão), os sumotoris são considerados como verdadeiras divindades pelo povo japonês. O ex-profissional de sumô Fernando Kuroda nos revela uma curiosidade sobre a alimentação dos seus praticantes – baseada no “chanko-nabe”, um ensopado rico em legumes, vegetais e carnes magras, a refeição era sempre preparada após cada treino, simples, mas com complementos como o arroz que era o que de fato causava o ganho de peso. Apesar de seu tamanho, os sumotoris possuem no máximo 20% de gordura corporal, sendo a maior parte da sua composição feita de massa muscular, fonte de sua força e imponência.

O Kendô fecha com chave de ouro essa edição sobre artes marciais: já são mais de 500 alunos de Kendô que passaram pelo dojô localizado no ginásio do Bunkyo, com a orientação do professor Roberto Someya. Segundo ele, apesar de se tornar um esporte, a modalidade mantém a essência da luta dos samurais, ensinando valores como disciplina, respeito às hierarquias e ao próximo, dedicação e os principais fundamentos da cultura japonesa.