Pavilhão Japonês no Parque do Ibirapuera recebe o concerto “Chikumeisha e Shen Kyomei – O Caminho dos Mestres”

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shakuhashiNo dia 7 de junho, sábado, o Pavilhão Japonês, localizado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, receberá o concerto “Chikumeisha e Shen Kyomei – O Caminho dos Mestres”. Promovido pela Associação Brasileira de Música Clássica Japonesa, Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Bunkyo, com apoio da Fundação Japão em São Paulo, Consulado Geral do Japão em São Paulo e Azuma Kirin, o evento comemora a nomeação do músico Shen Ribeiro, como integrante oficial da Associação Chikumeisha do Japão.

Neste dia, o músico, tocando shakuhachi, uma flauta milenar japonesa, estará acompanhado das convidadas especiais Utahito Kitahara e Utami Kitahara, ambas ao koto, um instrumento de 13 cordas, semelhante à cítara.

Destaques do Programa

Sokaku Reibo – Honkyoku: esta peça tradicional do mestre Yamaguchi abre o programa com uma nova maneira de tocar. Com frases mais longas, exige do tocador muito controle de ar e da embocadura do instrumento, trazendo uma sensação de prolongamento do tempo. É música para esquecer um pouco a realidade e deixar que o som do shakuhachi sirva de ponte para um momento de vazio em nossas mentes. Peça de raiz Zen Budista, não possui o aspecto de música de concerto. Sua duração pode chegar a 30 minutos, razão pela qual não será tocada na íntegra. Vale lembrar que esta peça, tocada pelo próprio professor Yamaguchi, viaja no espaço sideral a bordo da Nave Voyager 1, lançada em 5 de setembro de 1977.

Chidori no Kyoku, Yoshizawa Kengyo II: música do período Meiji (período em que o imperador Mutsuhito esteve no trono no Japão, de 1867 a 1912), considerada shinkyoku (nova música), foi uma das peças preferidas do professor Iwami, não só pela beleza da melodia, mas também do poema. Cantado, revela a imagem de pássaros voando, pedindo longevidade de até oito mil anos para deuses, árvores, flores, areia, mar e Natureza, inspirando até hoje os compositores japoneses. A composição é adequada para alunos que já possuem conhecimento de toda a escala e controle básico do instrumento. Apesar de média dificuldade, faz com que o aluno consiga se identificar e ter interesse em praticar a música de conjunto, que é porta de entrada para o sankyoku, a música clássica de trio.

Haru no Umi, de Michio Miyagi: o grande compositor do período Showa, (correspondente ao reinado do Imperador Hiroito, de 1926 a 1989) mestre em koto, desenvolveu o shinkyoku moderno usando novas técnicas e criando o koto de sete cordas. Usando shakuhachi mais curto, ou seja, mais agudo, professor Miyagi compôs suas músicas utilizando a escala natural de cada instrumento. Com influência europeia, em essência traz o espírito do Japão moderno e tradicional, e composições de vários níveis de dificuldade. Traz para o aprendizado novas opções de repertório e formações musicais. Haru no Umi se tornou um ícone da música japonesa, trazendo ao mundo toda a poesia e força do shakuhachi e do koto. Nesta música, traz a imagem do mar de primavera, com o movimento das ondas se alternando entre mar revolto e calmaria.

O músico

Shen Ribeiro (Shen Kyomei) é natural de Botucatu. Teve uma educação musical tradicional até 1987, quando partiu para o Japão onde permaneceu por muitos anos. Estudou shakuhachi e ingressou na Universidade de Belas Artes de Tóquio, tendo sido convidado a tocar para o Imperador do Japão. Tem seis CDs gravados, entre eles Brazilian Music for the Shakuhachi, projeto que uniu a flauta tradicional japonesa à música popular brasileira. Retornou ao Brasil em 2003, e  desde então é diretor do Estúdio Salaviva da Associação Cultural Cachuera!

Como concertista, vem se apresentando em salas do Brasil, Japão e Europa, interpretando um repertório que mescla temas clássicos, populares e tradicionais. Presidente da Associação Brasileira de Música Clássica Japonesa, recebeu recentemente o título de Mestre Kyomei, da Associação Chikumeisha, no Japão, fundada pelo Mestre Shiro Yamaguchi e continuada por seu filho, Mestre Goro Yamaguchi.  Chikumeisha é hoje uma escola referência de shakuhachi, a começar por ajustes para aprimorar a afinação e timbre, até a tradição oral para ler e tocar as partituras de honkyoku (música original para shakuhachi). Propõe, por exemplo, que sem a oralidade é impossível interpretar e compreender o universo sonoro deste instrumento musical.

Concerto “Chikumeisha e Shen Kyomei – O Caminho dos Mestres”
Data: 7 de junho de 2014 (sábado), às 17h
Local: Pavilhão Japonês, Parque do Ibirapuera
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão 10
(próximo ao Planetário e ao Museu Afro Brasil)

Ingresso ao Pavilhão Japonês:
Inteira: R$ 7,00
Meia-entrada: R$ 3,50 (estudante com carteirinha e crianças de 5 a 11 anos)
Entrada franca: menores de 5 anos e idosos acima de 65 anos

Informações sobre o concerto:
Estúdio Salaviva: (11) 3875-5563

Realização:
Associação Brasileira de Música Clássica Japonesa
Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Bunkyo

Apoio:
Fundação Japão em São Paulo
Consulado Geral do Japão em São Paulo
Azuma Kirin

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