A professora de dança Mariko Totsuka, mais conhecida por Tozuka Mari, faleceu no início da madrugada deste dia 16 de outubro, aos 84 anos. O corpo está sendo velado no Cemitério da Vila Alpina (Cemitério São Pedro – Av. Francisco Falconi – 837 – São Paulo – SP) e por volta das 16h30 segue para o Crematório da Vila Alpina (Av. Francisco Falconi, 437).
Mariko Totsuka nasceu em Pequim (China) em 21/08/1931. Filha de Shizuko e Hideo Yagui, um médico japonês natural de Toyama muito respeitado, e irmã de Fujiko, Hideo e Michio (filho do primeiro casamento do pai).
Ainda em Pequim, desde os 7 anos, Mariko aprendeu “nihon buyo” com um professor japonês. Após o término da Segunda Guerra sua família retornou ao Japão, onde ela se encantou com uma apresentação de ballet. Aos 15 anos conseguiu ser aceita como aprendiz no Komachi Ballet Company. Já considerada profissional aos 17 anos, foi permitido que ela começasse a ensinar. Aos 25 anos chegou a solista da companhia.
Devido a um problema no joelho, que dificultava o ballet, acabou migrando para dança flamenca, que estudou e ensinou durante 3 anos. Aos 28 anos formou um grupo de apresentação de dança flamenca que fez muitas turnês por todo o Japão.
Aos 34 anos casou-se com Nobutoshi Totsuka, escultor em madeira com nome artístico Yupo. Tiveram dois filhos, Yupo e Rimuse. Imigraram ao Brasil no Shin Nippon Maru, último navio de imigrantes que chegou a Santos em março de 1973.
Ela conseguiu autorização para vender artesanatos na Praça da República, além de ensinar dança. O marido começou a participar da Comissão de Arte Koguei da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assitencia Social – Bunkyo, ganhou muitos prêmios e assim teve oportunidade para fazer uma exposição no Japão. Nesta ocasião, Taro Okamoto, um artista famoso no Japão, recomendou a Nobutoshi ir para os EEUU, onde seus produtos teriam mais mercado e reconhecimento.
Voltando ao Brasil, ele tentou obter visto para trabalhar nos USA. Conseguiu, mas sofreu um acidente de moto, vindo a melhorar somente 3 anos depois. Sua visão estava afetada e buscou tratamento no Japão, falecendo 2 anos depois.
Mariko conseguiu educar o filho, que se formou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, e está por aqui. A filha foi visitar o Japão ao terminar o colegial, encontrou emprego e hoje trabalha em uma instituição bancária. A filha vem a cada dois anos para não perder o visto de permanência brasileira.
Ensinando Dança Flamenca no Brasil, em 2008 Mariko completou 60 anos como professora de dança, predominantemente para japonesas, pela dificuldade em falar português.
(com informações publicadas em 2008 no site Nikkeypedia: http://www.nikkeypedia.org.br/index.php/Mariko_Totsuka)