Dois documentos de representatividade simbólica na história da imigração japonesa no Brasil foram transferidos do Museu Regional Saburo Yamanaka de Bastos para o Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil.
Trata-se do diário de bordo escrito por Ryo Mizuno durante a viagem do navio Kasato Maru ao transportar a primeira leva de 781 imigrantes japoneses ao Brasil.
O outro objeto refere-se à farda de gala que pertenceu ao coronel do exército imperial japonês, Jinsaku Wakiyama, que foi um dos ilustres moradores de Bastos.
Para selar a parceria entre as duas entidades e a Prefeitura de Bastos, na noite do dia 11 abril, partiu de ônibus de São Paulo uma comitiva de 20 pessoas formada por bastenses, membros da diretoria do Bunkyo e da Comissão de Administração do Museu da Imigração Japonesa.
Em Bastos, desde a manhã de sábado, a comitiva cumpriu uma intensa programação: visita à Fiação Bratac, a Granja Inácio Shida e ao Museu Museu Regional “Saburo Yamanaka”, além do almoço oferecido pela prefeita Virgínia Fernandes.
À noite, na sede da ACENBA – Associação Cultural e Esportiva Nikkey de Bastos realizou-se a cerimônia solene de assinatura do contrato de posse compartilhada de parte do acervo, entre as duas entidades e a Prefeitura Municipal de Bastos.
De acordo com os dois uma medida extraordinária, que dará mais facilidade de acesso aos documentos pelos visitantes e pesquisadores e, ao mesmo tempo, oferecerá melhores condições de preservação desses objetos.
Esse dois documentos fazem parte do acervo do Museu Regional de Bastos desde a sua fundação, trazidos graças à intensa campanha de coleta do acervo empreendida pela liderança local, liderada por Saburo Yamanaka São dois documentos de rara importância que simbolizam momentos cruciais de nossa história: o diário de bordo de Ryo Mizuno, responsável pela vinda da primeira de imigrantes japoneses ao Brasil em 1908; e a farda de gala que pertenceu ao coronel reformado do Exército Imperial japonês, Jinsaku Wakiyama, vítima do conflito sangrento que envolveu a comunidade nipo-brasileira nos primeiros anos do período pós-guerra. Ele ocupou o cargo de diretor-presidente da Cooperativa Central Agrícola Nipo-Brasileira e da Cooperativa Agrícola de Bastos.
“Bastos, decerto mais do que qualquer outra localidade, é a síntese da história da imigração japonesa no Brasil, de suas vicissitudes, suas grandezas e, sobretudo, de seu papel na construção de um país culturalmente aberto como é o Brasil contemporâneo. O Museu Histórico Regional Saburo Yamanaka, de sua parte, é a síntese da história de Bastos. Daí a alegria, o prazer e, especialmente, o respeito com que o visitamos nesta data que nos será tão importante”.
Foram estas palavras manuscritas pelo jornalista Jorge Okubaro (editorialista do jornal O Estado de São Paulo) no livro dos visitantes, datadas de 12 de março de 2016, seguidas pelas assinaturas dos membros da comitiva. Na lista, estavam os nomes da cônsul-geral-adjunta Hiromi Sekiguchi, presidente do Bunkyo Harumi Arashiro Goya, Kazuo Watanabe, Tuyoci Ohara, Isidoro Yamanaka, Sedi Hirano, Helena Mizumoto, Ignácio Moriguchi, Jorge Yamashita, Lidia Yamashita, entre outros.
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