“Um encontro coroado de pleno êxito”, comemorou Tomio Katsuragawa, presidente da Comissão Bunkyo Rural, na tarde do dia 10 de setembro ao encerrar o 7º Encontro Bunkyo Rural, no amplo salão da sede da Associação Cultural e Desportiva de Pilar do Sul.
Ao seu lado, os representantes das entidades parceiras desta empreitada e, espalhados nas mesas de almoço, os participantes do “dia de campo” realizado na Fazenda Morioka, em Pilar do Sul.
Este foi o último ato do Encontro que iniciou na manhã do dia 9 de setembro, no auditório da Secretara da Educação de Pilar do Sul. Foi uma cerimônia bastante concorrida que contou com a prefeita municipal, Janete Pedrina de Carvalho Paes; vice-cônsul Takeshi Aihara; presidente da UCES (União Cultural e Esportiva Sudoeste), Toshiaki Yamamura; presidente da Associação Cultural e Desportiva de Pilar do Sul, Yukichi Abe; presidente da APPC (Associação Paulista de Produtores de Caqui), Shuji Gosho; representante da CKC (Chuo Kaihatsu Corporation), Izumi Honda; presidente do Bunkyo, Harumi Arashiro Goya, entre outros.
Na plateia, 250 pessoas para acompanhar os trabalhos deste Encontro representando cerca de 30 cidades paulistas. Destaque aos 18 participantes da região Noroeste do Estado de São Paulo que viajaram a noite toda para acompanhar os trabalhos desde a sua abertura.
Em sua saudação, a prefeita Janete Paes destacou a vocação agrícola dos nipo-brasileiros que, em sintonia com a cultura tropeira local resultou na fixação deles como grandes agricultores.
A presidente do Bunkyo, Harumi Arashiro Goya, destacou que “este Encontro, para o Bunkyo, remete às raízes da imigração japonesa que estão fincadas na atividade agrícola e, nesse sentido, gostaria de enaltecer a dedicada atuação dos integrantes da Comissão do Bunkyo Rural e o valioso apoio dos patrocinadores que tem possibilitado a continuidade desses trabalhos”.
O vice-cônsul Aihara destacou que a agricultura está no topo de importância da amizade Brasil-Japão para enaltecer a realização do evento.
Já o presidente da UCES, Toshiaki Yamamura, afirmou ser “bastante propícia a inclusão deste evento em Pilar do Sul, visto que este município e região são considerados como celeiros da fruticultura em nosso estado”.
Yukichi Abe, presidente da Associação Cultural e Desportiva de Pilar do Sul destacou a participação dos jovens no evento, tanto na organização como nas palestras, e a atuação do agrônomo japonês Masahiro Urata para promover mudanças qualitativas na fruticultura da região.
Shuji Gosho, presidente da Associação Paulista de Produtores de Caqui, afirmou que a entidade estava honrada em participar do evento em que os professores estão aqui para compartilhar seus conhecimentos. Destacou os esforços em inovar a produção da fruticultura e que, “graças ao avanço tecnológico, muitos jovens têm optado por continuar com essa atividade familiar”.
Izumi Honda, representante da CKC (Chuo Kaihatsu Corporation) destacou a importância da troca de informações e ideias entre os participantes “como um tesouro para todos nós”.
As palestras
Os trabalhos do 7º Encontro começaram com uma das mais respeitadas autoridades do setor: Dr. Roberto Rodrigues, que em seu longo currículo foi ministro da Agricultura, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, empresário rural, embaixador especial da FAO para as cooperativas, entre outras destacadas atividades.
Considerado um dos ardorosos defensores da agricultura brasileira, ele tem os números na ponta da língua para demonstrar as grandes melhorias conquistas na última década.
Acredita na possibilidade de o Brasil atuar como celeiro do mundo, mas reclama: “infelizmente, o Brasil não tem uma estratégia para garantir o crescimento da agricultura”. Destaca que, um plano estratégico efetivo ainda hoje aplicado data da época do governo Geisel (1974/79).
“A visão dos governos é uma visão urbana”, ressalta, acrescentando que “ainda o pessoal não se deu conta desse problema”.
Após a palestra magna, o prof. Dr. Manuel Bellato Spozito, do Departamento de Produção Vegetal da ESALQ-USP, traçou um “Panorama da Fruticultura no Brasil”.
Informou que 72% da produção comercial de frutas são destinados para o mercado interno e que dos novos tipos de frutas mais produzidos, cinco deles também ocupam posição idêntica no mercado internacional.
O prof. Sposito ressalta que 80% dos consumidores brasileiros vivem nos centros urbanos e apresenta algumas indicações como a falta de tempo, casais com poucos ou sem filhos, ou solteiros, que preferem as comidas rápidas, ou seja, alimentação ágil e prática. E, nesse sentido, frutas que podem ser rapidamente consumidas.
Ao mesmo tempo, ressalta que são consumidores cada vez mais exigentes que dão importância, por exemplo, a se certificar de boas práticas ou de produção orgânica.
No entanto, em contraste, a fruticultura brasileira convive com números que revelam grande perda da produção no campo (o índice chega a 10%), no manuseio e transporte (50%), nas centrais de abastecimento (30%) e no supermercado e consumidores (10%).
“Nosso grande desafio”, destaca o professor, está na perda com manuseio, transporte e centrais de abastecimento que, somados, chega a 80%”.
Acredita que, para um salto qualitativo nesse item seria importante contar com o funcionamento de uma cadeia de câmara fria que ligasse desde a produção até o consumidor final.
De acordo com ele, nos caminhos à frente estão: produção de frutos dentro dos padrões das Boas Práticas Agrícolas, certificação do processo produtivo, infraestrutura pós-colheita e maior integração dos pequenos produtores.
Na sequência dos trabalhos apresentou-se o professor Akiyoshi Miyata, pesquisador da área de citricultura da província de Yamaguchi, sobre “Fruticultura: novas variedades adaptadas para as variações climáticas”.
“Comparando-se aos cereais, as frutas são mais sensíveis à elevação climática”, afirmou, acrescentando que “as frutas são perenes e para evitar o contato direto com pragas não há possibilidade de promover a adaptação, adiantamento ou prolongamento de sua produção”.
Nesse sentido, a influência dessas mudanças incide diretamente na queda das flores reduzindo a frutificação, baixa a acidez, baixa o teor de açúcar, bem como a coloração da fruta. “Talvez, no Brasil, por ser um clima mais quente, isso seja menos grave do que no Japão”, comenta.
Para tentar contornar esse fenômeno do aquecimento, de acordo com o pesquisador, “não há técnica que supere a variedade das frutas”, no entanto, admite que “isso seria o ideal, mas na prática, o desejo é estabelecer variedades cítricas cultivadas buscando adaptação a esse fenômeno”.
Outra alternativa, destacou, seria o cruzamento; caminho que adotou para produzir a variedade Setomi, uma tangerina semelhante ao dekopon de alto teor de açúcar e de nutrientes, sem semente; atendendo ao paladar do mercado nipônico.
Em sua palestra, prof. Miyata narrou sobre o longo processo de pesquisa que demandou pelo menos 50 mil cruzamentos até conseguir seu objetivo.
Primeiro Painel: sistemas agroflorestais
O painel inicial do Encontro tratou sobre o sistema agroflorestal que teve como moderadora a representante do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, Maria José Brito Zakia e que também apresentou o tema: “Sistemas Agroflorestais: legislação ambiental e seus reflexos na execução de produção em área de reserva legal e APP”.
Em seguida, o prof, Dr. Ciro Abbud Righi, do Departamento de Ciências Florestais – ESALQ-USP, enfocou os “Sistemas Agroflorestais como instrumento de otimização de produção agrícola”.
O terceiro participante foi Michinori Konagano, presidente da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (PA) para tratar sobre o tema: “Fruticultura, desafio de sustentabilidade”, enfocando os procedimentos adotados na região e que, desde 2000, fez de Tomé-Açu a referência mundial em sistemas agroflorestais.
Relatou que, em Tomé-Açu, localizada na região nordeste do Estado do Pará, a primeira leva de imigrantes japoneses chegou em 1929 e enfrentou as mais trágicas dificuldades na tentativa de sobreviver nessa região da selva amazônica.
Em 1933, foram cultivadas as primeiras mudas de pimenta-do-reino que por volta da década de 1950 essa monocultura expandiu por todas as propriedades e se tornou a principal fonte de recursos econômicos.
No entanto, a partir da década de 1960 com as pragas dizimando os pimentais e a queda de preço, a comunidade local viveu momentos de profunda angústia em busca de um novo caminho para suas atividades econômicas.
Assim, antes de tudo, foi preciso rever os conceitos arraigados decorrentes da monocultura e adotar novas posturas baseadas no manejo dos sistemas agroflorestais. Konagano afirma que essas mudanças tiveram início nos anos de 1970; na década seguinte, intensificaram a implantação desse sistema e, em 1987, na Cooperativa, foi instalada a agroindústria.
Na sequência dos trabalhos, a parte da tarde iniciou com uma palestra técnica a cargo do prof. Dr. Danilo Eduardo Rozane, da Unesp-Registro, sobre o “Diagnóstico da Composição Nutricional da Atemóia”.
O painel seguinte, com a moderação do Dr. Isidoro Yamanaka, enfocou as práticas das atuais tecnologias aplicadas à fruticultura. Inicialmente, o engenheiro agrônomo Marcelo Scapin tratou sobre “Tecnologia de Aplicação de Defensivos na Fruticultura”. Depois, os participantes foram convidados para a parte externa do prédio para assistir à demonstração feita por Aldemir Chaim, pesquisador da Embrapa – Jaguariúna, sobre a pulverização eletrostática, tecnologia que já vem sendo testada por alguns produtores.
Em seguida, o diretor da Aero Drone Academia AMA, Nilton Bernini, demonstrou sobre o “Drone na Agricultura”. A filmagem aérea por esses equipamentos possibilita, entre outros benefícios, a adoção de atitudes preventivas ou corretivas, destaca o profissional.
Industrialização e comercialização
O engenheiro de alimentos, Murilo Gagliardi Basso, da Liofoods, empresa que fornece refeições liofilizadas, foi o encarregado de tratar sobre a “Liofilização como processo de industrialização de alta qualidade de frutas desidratadas”.
Trata-se de uma técnica de desidratação em que o produto é congelado e submetido a baixas pressões (sob controle de temperatura), de maneira que o gelo formado é sublimado (transformado diretamente em gás) retirando-se dessa forma a água do alimento. Esse processo de liofilização reduz o conteúdo de água sem que haja rompimento das estruturas moleculares e celulares, preservando os nutrientes presentes no alimento e seu valor nutricional, incluindo, cor e sabor, destacou o palestrante.
O alimento liofilizado também diminui de tamanho e de massa facilitando a armazenagem, tornando-o um produto indicado para suprimentos de militares, de acampamentos e de astronautas, ou seja, “se encaixa bem para setores ou soluções específicas”, admitindo, no entanto, que “é uma tecnologia cara e complexa”. Mas, sustenta que “é possível trazer novas formas de consumo”.
A última sessão do primeiro dia do Encontro, sob a moderação da chefe do Centro de Qualidade, Pesquisa e Desenvolvimento do CEAGESP, Anita de Souza Dias Gutierrez, com o tema “Desempenho, Desafios e Tendências na Comercialização de Frutas da Região”.
Hélio Nishimura, da MNS – Comércio de Produtos Agropecuários Ltda., enfocou as mudanças na forma de gestão da produção em busca de uma “colheita segura”. Destacou a ação concentrada de “trade mark” para a comercialização da uva de mesa “pilar moscato” produzida na região buscando consolidar suas qualidades especiais junto aos consumidores.
Já Hélio Satoshi Watanabe, especializado em transporte e embalagem de frutas, destacou que “não adianta fazer economia em embalagem” e comentou sobre procedimentos para reduzir perdas durante o transporte e valorizar o produto.
Mario Nakamura, da Comercial Uniagre de Frutas Ltda., relatou a série de dificuldades e alto custo de descarregamento no CEAGESP e as restrições para o tráfego na cidade de São Paulo. De acordo com ele, a tendência é para montagem de diversas centrais de distribuições.
A moderadora Maria José, ao final das exposições, ressaltou que em relação aos problemas enfrentados pelos usuários junto ao CEAGESP, “deveriam exercer seus direitos: organizem a demanda, encaminhem e exerçam seus direitos”.
A programação do 7º Encontro Bunkyo Rural continuou na manhã de sábado, dia 10 de setembro, com o “dia de campo” com visitas à propriedade da família Morioka nas plantações de atemóia, kinsei, uva e caqui, com explicações e debates in loco.
Ao final, o almoço foi na Associação Cultural e Desportiva de Pilar do Sul, no centro da cidade, reunindo todos os participantes com as despedidas e agradecimentos.
O evento foi realizado pela Comissão Bunkyo Rural (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Bunkyo), com o apoio da CKC – Chuo Kaihatsu Corporation, APPC – Associação Paulista de Produtores de Caqui, ACDPS – Associação Cultural e Desportiva de Pilar do Sul, UCES – União Cultural e Esportiva Sudoeste e PMPSUL – Prefeitura Municipal de Pilar do Sul.
Patrocínio: Fundação Kunito Miyasaka, Sakata, Jacto, Grupo NK, MNS e Sakura.
Aprender no campo: novidades da fruticultura de Pilar do Sul
Localizada a 142 quilômetros da capital paulista, Pilar do Sul possui cerca de 30 mil habitantes e sua fruticultura ocupa lugar de destaque nacional.
Este é um dos resultados da soma de uma série de fatores, incluindo o clima da região, mas principalmente devido à ação incessante dos produtores locais (a maioria nipo-brasileiros) em busca de qualidade e inovação.
A partir de 1945, os primeiros imigrantes japoneses se instalaram na região, vindos de outros locais, atraídos pelo baixo preço das terras. Depois, em 1955, chegaram os Cotia-Seinem, jovens imigrantes agrícolas trazidos pela Cooperativa Agrícola Cotia. Eram moços que, depois de trabalhar alguns anos na propriedade de um dos cooperados, se tornavam independentes e buscavam desenvolver usas próprias atividades agrícolas.
A fruticultura ganha destaque na região com o cultivo da uva Itália, cujo pioneirismo está creditado à Colônia Bandeirante, fundada em 1966. Foi uma novidade que desbancou as antigas variedades de uvas de mesa, como a famosa Niágara.
E, recentemente, de Pilar do Sul, outras variedades de uvas foram apresentadas ao consumidor: a benifuji e a beniizu, frutos de coloração vermelha, e a fujimidori, completamente preta. Todas elas têm como característica principal a ausência de sementes e resistência às doenças.
A excelência do caqui fuyu produzidos pelos nipo-brasileiros da região também ganhou destaque, tanto que foi o motivo para a constituição da APPC – Associação Paulista de Produtores de Caqui, tendo como um dos objetivos a exportação dessa fruta, em especial, ao mercado japonês.
Essa finalidade acabou se frustrando, mas novos caminhos se abriram para essa atuação cooperada da APPC. Combinando as iniciativas dos produtores locais, reforçada pela iniciativa da geração de descendentes dos produtores pioneiros, em 2003, somou-se a eles o pesquisador Masahiro Urata que veio ao Brasil como voluntário sênior da JICA (Japan International Cooperation), com estada de dois anos. Já é a quarta vez que o pesquisador é solicitado para retornar e continuar com suas atividades no Brasil.
Quando chegou, “era meio radical em suas orientações, mas agora, depois de vários anos atuando conosco, aclimatou-se e tem sido nosso mais valioso orientador para os novos procedimentos”, conta um dos jovens associados da APPC.
De acordo com ele, as orientações do Urata-sensei (como é conhecido) são teóricas e práticas visando consolidar procedimentos que garantam qualidade e atendam às necessidades do mercado consumidor e de produtividade.
As orientações do Urata-sensei envolvem diversos tipos de frutas, principalmente aquelas produzidas na região, como também buscam soluções (ou variedades) alternativas para conquista de novos mercados. Também dá orientações em diversas regiões.
Atuando junto aos cooperados da APPC (entidade que reúne 78 associados), as aulas de campo são programadas em fases específicas do ciclo de produção. Por exemplo, na época de poda de uma determinada fruta, todos os associados são convidados para participar. Após as explicações do sensei, cada um ou um grupo fica responsável por fazer a poda completa numa determinada planta.
Ao término, o sensei vai avaliando cada um dos trabalhos realizados diante de todos os participantes e, principalmente, apontando os erros cometidos. “Ele justifica que o produtor precisa praticar e aprender com os erros e acertos de todos, pois, no seu cotidiano, estará sozinho, sem ninguém, para orientá-lo”, comenta um dos participantes desses dias de campo. “Essa disseminação de conhecimentos de forma prática e de novos procedimentos tem sido fundamental para o nosso crescimento profissional”, atesta.
O caso mais recente dessa atuação conjunta ocorreu com a uva, cujos estudos iniciaram em 2004 diante dos problemas enfrentados com a uva Itália, cuja produção indiscriminada não somente comprometeu a qualidade como baixou o preço de venda abaixo dos custos de produção.
Esses estudos levaram a produzir, trocando a copa de antigas parreiras de uva Itália, uma nova variedade, lançada no mercado em 2014, batizada como “pilar moscato”. Embora sua aparência lembre a antiga uva Itália, ela destaca-se por seu visual, qualidade e durabilidade. Harue Ariga, gerente-geral da APPC, conta que “há um cuidado rigoroso para que não se colha a pilar moscato se não tiver 18º brix (quantidade aproximada de açúcares). Fazemos o teste e se não apresentar esse grau de doçura, ele não será colhida, fica mais tempo no pé para amadurecer mais”.
Ela também conta que, para o lançamento desta nova variedade de uva foi realizada uma campanha muito abrangente junto aos consumidores destacando o nível de excelência desse produto e a disposição em zelar para mantê-lo.
Já a dekopon, uma variedade japonesa obtida do cruzamento de tangerina com laranja introduzida no Brasil, aclimatou-se bem na região de Pilar do Sul. No entanto, explica, Sérgio Masunaga, diretor técnico da APPC e um dos coordenadores do dia de campo durante o 7º Encontro Bunkyo Rural, os frutos colhidos aqui apresentam um nível elevado de acidez e, ao mesmo tempo, havia coincidência com a colheita de outras localidades.
Os associados da APPC, orientados pelo sensei Urata, buscaram alternativas para essas questões que se somaram a outra: a adoção do nome comercial de kinsei, já que a denominação anterior é de domínio de uma empresa japonesa. “Nossa dekopon é mais doce, menos ácida”, garante Masunaga, rindo.
Nesse dia, os participantes do Encontro, centraram suas perguntas em busca de orientação para as técnicas e alternância de pontas dessas árvores.
Outra técnica que chamou muita atenção dos participantes foram os testes iniciais, ainda em pleno andamento, com a produção de caqui. Sérgio Masunaga explica que foi feita a poda da copa dos pés de caqui chocolate (que tem baixa produtividade) e, nos galhos, foi enxertado caqui de outra variedade. O objetivo é criar uma nova copa com caqui de outra variedade (cujo nome não foi revelado!).
Calcula-se que em cerca de um ano e meio esta nova copa já estará dando os primeiros frutos. A preocupação, justifica Masunaga, é a de abreviar o tempo para alcançar a produção da fruta visto que o pé do caqui chocolate que recebeu o enxerto, para atingir aquele tamanho, levou pelo menos quatro anos e, caso o enxerto venha a dar certo, em menos da metade desse tempo já terá novos frutos.
Quem acompanhou esse dia de campo foi Shuji Gocho, que pelo 7º ano consecutivo preside a APPC, e conta que a entidade, atualmente, reúne 78 associados de várias regiões, além de Pilar do Sul (Piedade, São Miguel Arcanjo, Guapiara, Mogi das Cruzes, Apiai, Ibiuna e Guararema).
O presidente destaca que a APPC foi criada como uma entidade sem fins lucrativos e, diante da demanda, foram constituídas empresas de packing house e de comercialização. Não somente na infraestrutura, ele acredita que também o número de associados deverá crescer.
Se na fundação, em 2000, o caqui era a preocupação principal da entidade, hoje, sua atuação tornou-se abrangente voltando-se para outras frutas como uva, maçã, kinsei, atemóia, ameixa, lichia, pitaya, entre outras.