HOSPITAL SANTA CRUZ REALIZA CHECK-UP DAS VÍTIMAS DA BOMBA ATÔMICA

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Os hibakushas – sobreviventes das bombas de Hiroshima e Nagasaki – realizaram o check-up anual no HSC pelo 15º ano, em parceria com a Associação das Vítimas da Bomba Atômica no Brasil e com subsídio do governo japonês.

Durante o mês de outubro, o Hospital Santa Cruz (HSC) realizou o check-up anual aos sobreviventes das bombas atômicas (chamados de hibakusha em japonês), que ocorre desde 2004. De acordo com nova parceria firmada com o governo japonês, em março de 2019, o tratamento médico após o check-up também passa a ser custeado pelo Japão, para promover e acompanhar a saúde desses pacientes no HSC.

Após 10 anos do término da Segunda Guerra Mundial, a busca e o cadastro dos sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki teve início, já que houve o reconhecimento por parte das autoridades japonesas das inúmeras consequências negativas que a radiação atômica provocava às pessoas que haviam sido expostas. Iniciou-se, portanto, o acompanhamento médico em centros especiais no Japão, o qual foi autorizado a ser feito pelo Hospital Santa Cruz desde 2004, devido à dificuldade dos pacientes enfrentarem longas viagens até o Japão para realização do acompanhamento de saúde.

De acordo com Yuli Fujimura, coordenadora do check-up da Instituição, o novo acordo amplia os cuidados aos que vivem no Brasil. “Agora, com o tratamento estendido, eles farão o monitoramento e terão atendimento médico-hospitalar também no Hospital Santa Cruz, proporcionando ainda mais satisfação e amparo”, destaca.

O HSC realiza o check-up em parceria com a Associação das Vítimas da Bomba Atômica no Brasil, que contempla exames laboratoriais, ginecológicos, raio-X, ultrassom de abdômen, endoscopia, entre outros.
De acordo com o Dr. Julio Yamano, diretor técnico e cardiologista do Hospital Santa Cruz, a iniciativa reafirma o objetivo da construção da Instituição há 80 anos. “A história do HSC está diretamente ligada à chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil no início do século XX. Estes colonos passaram a sofrer com doenças tropicais e não tinham assistência médica, além da dificuldade de comunicação no idioma português e de adaptação às condições locais. Por isso, surgiu a ideia de organizar uma campanha de arrecadação de fundos junto à comunidade japonesa para construir o Hospital Santa Cruz. Ao oferecermos o acompanhamento médico aos hibakushas, confirmamos a parceria entre Brasil e Japão e a promoção da saúde”, afirma.

Anualmente, o governo japonês convida dois profissionais da área médica do Hospital Santa Cruz para realizarem treinamentos nas províncias de Hiroshima e Nagasaki, sobre novas técnicas de atendimento às vítimas de catástrofes, o que já proporcionou a capacitação de mais de 20 médicos do HSC. A cada dois anos, representantes e médicos do Japão viajam ao Brasil para supervisionar os procedimentos de check-up aos sobreviventes, o que deve ocorrer em 2020.

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