Nos dias 1º e 2 de fevereiro, em Salvador (BA), a sede da Federação Cultural Nippo-Brasileira da Bahia e da Associação Cultural Nippo-Brasileira de Salvador (Anisa) viveu um final de semana muito movimentado.
Aconteceu o II Fórum de Integração Bunkyo – Nordeste, sobre o tema “Nikkei Empreendedor – Caminhos”, promovido pela Federação Cultural Nippo Brasileira da Bahia e apoio da Associação Cultural Nippo Brasileira de Salvador (Anisa), Bunkyo, Alfa Alimentos, JICA e Fundação Kunito Miyasaka
O evento reuniu cerca de 50 participantes. Ao lado dos representantes das associações nikkeis do Nordeste e integrantes dos departamentos de jovens, estiveram os convidados de São Paulo: membros da diretoria do Bunkyo e da Comissão do Fórum de Integração Bunkyo (Patricia Takehana) e especialistas palestrantes, numa comitiva de seis pessoas.
O encontro estabeleceu como proposta fortalecer a integração regional das comunidades nikkeis e promover um espaço para troca de experiências e integração da juventude nordestina interessada pela cultura japonesa.
“Estava tudo ótimo nesse grande evento e a recepção foi calorosa como a própria Bahia”, afirmou Cláudio Kurita, um dos palestrantes, que tratou sobre “Empreendedorismo Cultural”. “Sabemos o quanto é difícil organizar um evento como esse e fiquei feliz com a participação de tantas pessoas e, principalmente, não nikkeis”, acrescentou.
Destacou que o cônsul-geral de Recife, Jiro Maruhashi – velho conhecido dos paulistas por sua atuação durante as comemorações do Centenário da Imigração Japonesa, em 2008 – participou de todo o evento, e em sua manifestação ressaltou a importância do apoio do Bunkyo ao FIB Nordeste. Além disso, o presidente da Federação, Roberto Mizushima, também agradeceu diversas vezes o apoio do Bunkyo e o patrocínio da Alfa Alimentos e da Fundação Kunito Miyasaka. Disse também que a presidente da Anisa, Lika Kawano, “nos recebeu muito bem”, e agradeceu o apoio.
Já o presidente do Bunkyo, Renato Ishikawa, também retornou a São Paulo muito satisfeito com o evento: “foi um fim de semana especial para nós, pudemos conhecer pessoas de diferentes localidades além de Salvador”. Ressaltou a presença do cônsul-geral do Japão no Recife, Jiro Maruhashi, “grande exemplo de representante do Japão, sempre participativo nos eventos nikkeis”, e parabenizou os organizadores, em especial, o presidente da Federação das Associações Culturais da Bahia, Roberto Mizushima (que também é representante regional do Bunkyo).
Evento proveitoso com palestras interessantes
“Foi um evento bastante proveitoso, com palestras interessantes”, afirmou o professor e consultor André Saito, especialista em Gestão do Conhecimento, Inovação e Empreendedorismo, que ministrou um workshop de cinco horas de duração sobre “Projeto Geração: Resgatando a Cultura Nikkei Brasileira”.
Destacou o interesse do público pelas palestras de Laís Higashi sobre “Empreendedorismo Social: Projeto Litro de Luz” e de Cláudio Kurita sobre “Empreendedorismo Cultural”, enfocando sobre as atividades do Japan House de São Paulo. Ressaltou o workshop de gastronomia realizado no sábado à noite e a dinâmica de integração entre os jovens, no domingo de manhã.
O professor Saito conta que “o Projeto Geração estimulou uma conversa animada, franca e aberta sobre a influência da cultura japonesa na comunidade”. Apontou que entre os participantes “havia desde adolescentes bastante jovens até imigrantes de primeira geração, pessoas de áreas urbanas e rurais, e uma participação grande de não nikkeis, cerca de metade dos presentes” e que, de acordo com ele, “essa variedade trouxe muita riqueza à conversa”.
A atividade, destacou Saito, também teve a participação das autoridades e “foi uma grande satisfação contar com o presidente do Bunkyo, Dr. Renato Ishikawa; cônsul-geral de Recife Jiro Maruhashi, presidente da Federação das Associações Culturais da Bahia, Roberto Mizushima, presidente da Associação Nipo-Brasileira de Salvador, Lika Kawano e outros”.
“Também pude conhecer um pouco das diversas comunidades nikkeis na Bahia, como por exemplo, em Una, Teixeira de Freitas, Juazeiro, Luis Eduardo Magalhães, Barreiras, Mata de São João, além de Salvador, é claro”, relatou o professor Saito. “Foi muito interessante tomar contato com as várias experiências de migração: daqueles que imigraram para fundar colônias na Bahia e ficaram, daqueles que foram para Tomé-Açu, no Pará, e se mudaram para a Bahia, ou daqueles que vieram em levas mais antigas em São Paulo ou Paraná, por exemplo”, acrescentou.
“Acredito que esse grande momento de troca e integração, que é o FIB, contribui muito para aproximar e integrar as muitas comunidades que compõem a sociedade nikkei no Brasil”, afirmou o professor Saito, completando “para mim, que participei pela primeira vez, foi uma grande experiência!”.