Prossegue, no próximo dia 15 de setembro, a partir das 17h, a série de apresentações de músicos brasileiros e japoneses chamada de “Musica no Castelo”, com a apresentação do acordeonista e compositor brasileiro Gabriel Levy.
Os músicos, protegido em suas residências da exposição ao novo coronavirus – transformadas em “castelos” –, expressam sua arte utilizando a web como veículo de comunicação com o mundo exterior.
O projeto, iniciado em 15 de agosto, é formado por um conjunto de dez concertos solos promovido por músicos do Brasil e Japão, todos eles gravados em suas próprias casas.
Quem explica é o curador e coordenador da série, o músico Shen Ribeiro, que espera que “este canal de comunicação possa levar para as pessoas uma mensagem de paz e esperança para um mundo que está se transformando e, com certeza, será melhor quando esta tormenta passar”.
As apresentações estarão disponíveis nos dias 15 e 20 de cada mês, a partir das 17 horas, no canal do YouTube da Fundação Japão em São Paulo, com a seguinte programação:
- Gabriel Levy – 15 de setembro de 2020
- Chie Hanawa – 20 de setembro de 2020
- Camilo Carrara – 15 de outubro de 2020
- Kaoly Asano – 20 de outubro de 2020
- Akiko Sakurai – 15 de novembro de 2020
- Yoko Nishi – 20 de novembro de 2020
- André Mehmari – 15 de dezembro de 2020
- Shen Kyomei Ribeiro – 20 de dezembro de 2020
O projeto “Música no Castelo” tem tema livre, e propõe aos músicos que façam com que a música reverbere através da web. “Será um resgate, de forma simbólica, do espírito zen da reclusão e da prática da meditação, com trabalhos solos destes músicos em seus próprios castelos, praticando seus instrumentos”, ressalta Shen.
Interessados já podem assistir aos dois primeiros concertos com o mestre japonês de shakuhachi Jumei Tokumaru e a professora nipo-brasileira de koto e shamisen Tamie Kitahara, transmitidos no último dia 15 de agosto pelo link: https://www.youtube.com/c/fundacaojapaoemsaopaulo
Músicos participantes
Jumei Tokumaru, tocador e mestre de shakuhachi, foi um discípulo direto do grande mestre da escola Chikumeisha e Tesouro Nacional Goro Yamaguchi. Em sua vivência especial, herdou a maneira de tocar muito próxima de seu mestre. Hoje, é um dos principais mestres e concertistas do estilo “kinko” no Japão. Sua participação trará o melhor do honkyoku, a música original para shakuhachi.
Tamie Kitahara é uma nipo-brasileira radicada em São Paulo, que divulga a escola Seiha de koto. Desenvolve um importante trabalho ensinando koto e shamisen para nikkeis e brasileiros. Neste projeto, mostrará um pouco do universo tradicional de sua linha de ensinamentos.
Gabriel Levy traz uma tradição musical familiar, que iniciou na Casa Levy – uma loja de pianos de sua família, fundada em 1860, em São Paulo, e seguiu com seu tio-avô, Alexandre Levy, grande acordeonista e compositor brasileiro. Gabriel tem em sua trajetória grandes trabalhos com a música japonesa, entre eles arranjos e trilhas utilizando instrumentos tradicionais japoneses.
Akiko Sakurai se apresenta com sua biwa nos quatro cantos do Japão e em vários países do mundo – inclusive no Brasil. Foi responsável pela primeira execução na América Latina da peça November Steps, de Toru Takemitsu, no Teatro Municipal de São Paulo. A biwa, originalmente um instrumento de corte, tem hoje mais espaço no cenário mundial graças a ações musicais como estas.
Camilo Carrara apresenta ao público brasileiro em seu cd Canção do Sol Nascente um pouco do universo da importante transição do período Meiji, no qual a cultura europeia entrou no Japão, transformando a sociedade da época.
Kaoly Asano, uma das musicistas do Grupo Gocoo, desenvolve um trabalho único de divulgação do taiko fora do Japão. Mostrar a linguagem original de sua abordagem para este típico tambor japonês, tocando em sua própria casa, será um grande desafio para Asano.
Chie Hanawa impressiona com sua técnica e postura musical. Esteve no Brasil em 2015, a convite da Fundação Japão. Em sua participação mostrará que o shamisen, um instrumento tradicional do país, também pode ser dominado por uma jovem compositora.
Yoko Nishi é de Wakayama, cidade japonesa referência no controle da atual pandemia causada pelo novo coronavírus, onde está sediado seu estúdio e leciona koto. Suas aulas também acontecem com regularidade no Brasil, país que lhe inspira a introdução de novas técnicas, repertórios e formas de execução para este instrumento.
André Mehmari é um dos músicos mais importantes do Brasil, com profundo respeito à cultura nipônica. Entre os diversos shows e master classes por ele realizados no Japão, vale destacar o arranjo da música Canto de Xango, de Baden Powell, executada no encerramento dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Ao som de shakuhachi, koto, violão e orquestra, André reúne a melodia brasileira ao ambiente do Japão.
Shen Kyomei Ribeiro, discípulo direto do mestre Goro Yamaguchi, tem trabalhado em parceria com a Fundação Japão há muitos anos, sempre com projetos presenciais. Nesta ocasião inovadora, traz a imagem de que podemos viver e fazer coisas boas em nossos espaços, independentemente do confinamento social.
Série “Musica no Castelo”
Até 20 de dezembro de 2020
Realização – Fundação Japão em São Paulo
Curadoria e coordenação na produção – Shen Ribeiro
Apoio – Sinos na Floresta
Para assistir: https://www.youtube.com/c/fundacaojapaoemsaopaulo