“Devido ao aumento de jovens engajados, o meu sentimento é que todo o trabalho realizado pela comunidade nikkei continua a dar resultados”, destaca o advogado Marco Túlio Toguchi, ex-presidente da Associação Nipo-Brasileira de Goiás e atual secretário do Conselho Deliberativo dessa entidade. “Hoje existe a esperança de que as tradições japonesas serão preservadas e que a história dos antepassados não será esquecida”, completa.
Esta afirmativa faz parte do artigo de sua autoria que recentemente foi publicado na edição do Bluebook, livro que reúne documentos diplomáticos do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão.
Marco Túlio relata sobre as atividades da Associação Nipo-Brasileira de Goiás, ressalta os projetos futuros da entidade e o incentivo do governo japonês para fortalecer a comunidade nikkei.
Quem é Marco Tulio Toguchi
Nascido em Goiânia (GO), yonsei, mestiço, com descendência japonesa da família paterna, aos 33 anos de idade, Marco Túlio é uma das jovens lideranças de destaque no cenário das entidades nipo-brasileiras.
Advogado por profissão, Marco Túlio conta que, ainda “no colo dos meus pais” começou a frequentar a Associação Nipo-Brasileira de Goiás – ANBG, e que herdou do avô, Reisei Toguchi, o título no. 16 de sócio fundador.
Assumiu a presidência da associação aos 31 anos de idade – foi o mais novo a chegar a esse cargo nos 65 anos de existência da entidade. Antes disso, participou de outras cinco gestões (10 anos) como vice-presidente, secretário, diretor de esportes e presidente do Seinenkai (durante 4 anos).
O fato é que Marco Tulio não se cansa de bater recordes: estudo realizado pelo Centro de Estudos Nipo-Brasileiros (Jimonken) indicou que era o mais jovem presidente das 500 entidades nipo-brasileiras estudadas. Não só isso: também foi o mais jovem a ocupar a vice-presidência da União dos Clubes de Gateball do Brasil-UCGB.
Aliás, em matéria de esportes, a performance dele é surpreendente – pratica esse esporte desde 1997 e, como campeão brasileiro, disputou campeonatos internacionais representando o Brasil na Argentina (2011/2019), Peru (2016), China (2010) e Japão (2010/2014).
Ressalta que, graças ao gateball, “tive a oportunidade de conhecer diversos Kaikans no Brasil e isso possibilitou um intercâmbio que acredito ter fortalecido a nossa comunidade”.
Toguchi garante: “não tenho cargo político, não sou filiado e não tenho familiares no meio político, nunca ocupei cargo remunerado no poder público ou qualquer instituição”. Mas, como presidente da ANBG estabeleceu estreito relacionamento com as autoridades do município de Goiânia, Estado de Goiás e Embaixada do Japão no Brasil.
Acrescenta, “tive a oportunidade de viajar ao Japão a convite do MOFA para tratar sobre a comunidade nikkei, também com as autoridades do Japão e da Embaixada do Brasil em Tóquio”. Aqui, no Brasil, “sobre esse assunto, também tive a oportunidade de trabalhar e contar com o apoio dos deputados da Frente Parlamentar Brasil-Japão e outros representantes da comunidade nikkei do Brasil”.
De acordo com Toguchi, “o trabalho incansável e embasado nos valores da cultura japonesa feito pelos imigrantes e seus descendentes, principalmente os que agora já possuem idade avançada ou já partiram, deu credibilidade às Instituições nikkeis em todo o mundo e isso possibilita que as entidades continuem em atividade”. E, ressalta, “acredito que precisamos mostrar o esforço dessas pessoas e contar a história da imigração aos jovens nikkeis, além de mostrar os benefícios de participar das instituições. Com isso, podemos ter jovens dedicados atuando em conjunto com as pessoas mais experientes em prol da comunidade”.
A íntegra do artigo (em japonês e português) está disponível no site da Embaixada do Japão: