Hakujusha, uma emocionante celebração à vida

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Cerimonia Hakujusha Hyoushou, homenageados e autoridades.

Cerimônia solene, no último dia 17 de junho, homenageou 35 Hakujusha (pessoas com 99 anos de idade ou mais) como parte da celebração dos 115 anos da imigração japonesa.

Reverência aos nossos pioneiros, respeito aos mais velhos e celebração à vida. Talvez essas expressões possam traduzir (em parte!), o significado desta homenagem.

Contando com o patrocínio da Fundação Kunito Miyasaka, é uma homenagem que só se realiza graças à colaboração/dedicação da família que se propõe a providenciar desde a inscrição do Hakujusha até sua participação na cerimônia.

O que se percebe, felizmente, que nas últimas edições tem aumentado o número de familiares que vem prestigiar a cerimônia em homenagem ao “odiitian” (avô) ou “obaatian” (avó), elevando sobremaneira a autoestima desses idosos (quem não fica feliz receber um diploma de Honra ao Mérito?).

Para a equipe responsável pela organização da cerimônia e, principalmente, por conduzi-los até o centro do palco para receber o diploma das mãos de determinada autoridade é um momento de muita tensão. Todo cuidado é pouco para evitar qualquer possível incidente.

Neste ano, dos 18 idosos (dos 35 inscritos) que compareceram pessoalmente, alguns surpreenderam a todos. Em meio a vários deles usando a cadeira de rodas, andadores e bengalas, surpreendentemente, vários deles não precisaram de ajuda para se levantar da cadeira e se dirigir ao centro do palco.

Yoshihiko Yoshizaki sendo aplaudido durante a cerimonia Hakujusha Hyoushou.

Já Yoshihiko Yoshizaki foi além: no centro do palco, levantou ambos os braços em sinal de uma vitoriosa comemoração atendendo ao chamado de um dos netos: “Aí diitian!”. Sorridente, feliz, foi calorosamente aplaudido por todos. Invejável!

Duas “obaatian” famosas – Yasuko Okawara, avó da diretora de Comunicação do Bunkyo, Cristina Zoriki de 106 anos de idade e Sumiko Akiyoshi Yamasaki, mãe da cineasta Tizuka Yamasaki que esteve pessoalmente acompanhando na homenagem à mamãe. “Ela está melhor que eu”, afirmou.

Kunio Nishio recebendo o certificado de homenagem durante a cerimonia Hakujusha Hyoushou.

Kunio Nishi (Niji) foi bastante aplaudido – foi o orador encarregado dos agradecimentos em nome dos homenageados. Torcedor do Palmeiras, nissei, nascido em Pindorama (SP), pertence a uma família de longevos.

Residiu em Porto Epitácio e depois mudou-se para a cidade de Santo Anastácio onde trabalhou como comprador de cereais e algodão. Há três anos, depois de ficar viúvo, veio morar com a filha em Jaguariúna.

Conta que “nunca toma remédio para nada”, tem pressão arterial 120×80 e “nem resfriado fico”. Seu prato predileto é o udon, “não gosto muito de carne”, afirma. Independente “do frio que for”, acorda às 5h da manhã, faz suas orações durante uma hora (é adepto da Seicho-no-Ie), faz meia hora de caminhada antes de tomar o café da manhã às 7h. Na tevê gosta de acompanhar os noticiários e os jogos de futebol e vôlei.

Dos 8 anos de idade até os 30 anos, jogou beisebol. Como pitcher (arremessador) da seleção da Sorocabana, chegou a jogar várias vezes em São Paulo – uma viagem de trem, muito demorada.

O segredo de sua longevidade, ensina, “é não se preocupar com nada, tentar ser feliz; mesmo sem dinheiro, sempre se dá um jeito”. 

Na cerimônia esteve acompanhado dos irmãos, filhos, filhas, noras e netos (acho que são 12, já “perdi a conta”), amigos, vizinhos, todos felizes (e falantes!), como o protagonista “odiitian”.

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