Visita à sede da UJSH: da esq. para dir, Iju Shimizu Jr, Keith Sakuda (presidente da UJSH), Eduardo Nakashima, Anette Matsumoto (secretária voluntária da UJSH), Cecília Kanegawa e Patte Takehana
Desembarcou, no ultimo dia 13 de outubro, a comitiva brasileira no aeroporto internacional de Honolulu (capital do Havaí), que leva o nome do senador nipo-americano Daniel K. Inouye (nissei, advogado, foi eleito senador pelo estado do Havaí, e faleceu em 2012, 17 dias antes de completar 50 anos de serviço ao Senado americano).
Os membros da comitiva – Eduardo Goo Nakashima, Iju Shimizu Jr., Patrícia Takehana e Cecilia Seiko Kanegawa – foram recebidos pelos representantes da UJSH (United Japanese Society of Hawaii) como parte do intercâmbio do projeto Kakehashi Japão-Brasil patrocinado pelo empresário japonês Masahi Takeuchi, e organizado pela Associação Kaigai Nikkeijin Kyokai, de Tóquio – Japão.
Esse projeto teve início em 2018, quando uma comitiva de 12 nipo-brasileiros patrocinada por Takeuchi e organizado pelo São Paulo Shimbum e Bunkyo participou da 59ª edição do Kaigai Nikkeijin Taikai realizada especialmente em Havaí em comemoração aos 150 anos da imigração japonesa a esse local.
Visita ao Bishop Museum (Museu dos povos originários do Havaí)
Desta feita, os visitantes conduzidos pelo atual presidente Keith Sakuda estiveram na sede da UJSH que está instalada numa sala alugada no prédio do Centro de Cultura Japonesa do Havaí, como também, aos vários locais de destaque na capital.
“A história dos imigrantes japoneses no Havaí está cronologicamente 40 anos à frente do Brasil (os primeiros imigrantes chegaram em 1868)”, afirma Eduardo Nakashima, “que, de alguma forma, permite vislumbrar a situação dessa comunidade como uma possível alternativa para o futuro a comunidade no Brasil”.
São cerca de 300 mil nipo-descendentes, que representam 20% da população do estado de Havaí (1,5 milhão), sem contar com os executivos das empresas e turistas japoneses.
“Praticamente todo o pessoal entende e fala japonês, mais do que a média dos atuais dirigentes do Bunkyo”, informa Nakashima, “mas numericamente esse miolo de dirigentes é menor, bem menor”.
De acordo com ele, “não existe um esforço voltado ao ensino da língua japonesa, incluindo para os não-descendentes, como ocorre no Brasil. No estado do Havai só existem duas escolas de nihongo e com poucos alunos”.
Visita ao jornal The Hawaii Hochi
Essa situação é reflexo do pós-guerra quando houve um consenso em assumir o “american citizen”, dedicando-se ao estudo do inglês, abandonando de forma drástica o ensino do nihongo aos descendentes, fenômeno oposto ao que ocorreu no Brasil.
Sobre o UJSH, que é a entidade equivalente ao Bunkyo, a maioria da diretoria é sansei (o presidente Keith Sakuda, que é yonsei), e a faixa etária dos presidentes deve ser de até 50 anos da idade, medida assumida pela geração sansei há alguns anos. A gestão é de um ano, sem direito a reeleição. “Lá as mulheres são presidentes há muito tempo, e ficaram assustados ao saber que, desde a fundação, o Bunkyo só teve uma presidente, a Harumi Goya”.
Na chegada ao Japão, Iju Shimizu, Eduardo Nakashima, Masashi Takeuchi, Patte Takehana e Mamoru Okano.
No final do dia 14 de outubro, a comitiva chegou ao Japão para participar da 63ª Convenção de Nikkeis e Japoneses no Exterior (Kaigai Nikkeijin Taikai), e foi recebida pelo empresário Masashi Takeuchi e pelo diretor executivo Mamoru Okano, do Kaigai Nikkeijin Kyokai.