Cerimônia de despedida de Eguchi: “Não desistam dos desafios”

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Cerca de 90 pessoas participaram, na noite do último dia 25 de março, da cerimônia de despedida do representante chefe do Escritório da JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão), Masayuki Eguchi e da apresentação de seu sucessor, Akihiro Miyazaki.

O evento foi prestigiado por destacadas autoridades, entre elas, a cônsul-geral adjunta Chiho Komuro, presidentes Renato Ishikawa (Bunkyo), Paulo Saita (Enkyo), Toshio Ichikawa (Kenren), Eduardo Yoshida (Aliança), Yuki Kodera (Câmara), vice-presidente da Japan House Carlos Eduardo Roza. Também estiveram presentes representantes de diferentes associações nipo-brasileiras (incluindo do interior paulista, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul) e de 15 associações de províncias do Japão.

A cerimônia, conduzida pelo vice-presidente do Bunkyo, Oston Hirano, seguiu o tradicional ritual, iniciando com a saudação do presidente do Bunkyo Renato Ishikawa, representando as entidades nipo-brasileiras. Destacou “a nossa gratidão por sua incansável dedicação e comprometimento em intensificar a cooperação do governo japonês com as entidades nipo-brasileiras, com o governo de nosso país, de nosso estado e de nossa cidade”.

Novo representante chefe da JICA Brasil Akihiro Miyazaki

Na sequência, a saudação do novo representante chefe do Escritório da JICA Brasil, Akihiro Miyazaki, que disse esperar “contar com a habitual atenção e colaboração de V. Sas. com as nossas atividades”.

Homenageado Masayuki Eguchi

Coube ao homenageado Masayuki Eguchi movimentar a cerimônia: além de frases de efeito, cantou à capela um trecho da música “Arigatô … Kansha” (Obrigado…Gratidão) de Konezawa Shoji e foi acompanhado pelas palmas da plateia. Ao final, foi aplaudido em pé.

Eguchi: gratidão – “não se pode dançar a valsa sozinho”

Masayuki Eguchi, referiu-se aos três anos de atividades no Brasil em 10 itens. Começou falando sobre suas atividades como maratonista: participou de 13 corridas de 42 quilômetros que lhe possibilitaram conhecer o Brasil desde Manaus, Porto Alegre, Brasília e litoral do Espírito Santo. Em 2023, participou da 98ª Corrida Internacional de São Silvestre em São Paulo, na passagem do ano, só lamentou que se não fosse a interrupção devido à pandemia, teria sido a centésima edição.

Destacou que, desde o último mês de janeiro, a JICA abriu seu espaço de notícia no Instagram e convidou para que todos conhecerem essa novidade. Ressaltou que, em fevereiro, pela primeira vez, foi assinado um memorando de cooperação com as três organizações (Bunkyo, Enkyo e Kenren) indicando “a forte intenção da JICA de promover a cooperação com a comunidade nikkei”.

Eguchi afirmou ainda que, “pela primeira vez, a JICA prestou homenagem aos hospitais nipo-brasileiros que foram incansáveis durante a pandemia, às associações assistenciais, ao Bunkyo e Museu da Imigração Japonesa. Reconheceu que mais entidades mereciam ser homenageadas, mas estas simbolizam “a minha gratidão a todas as entidades nikkeis”.

Agradeceu também aos numerosos convites que recebeu de todas as partes do Brasil para participar de variados eventos e pediu desculpas “por não ter podido atender a todos os convites”.

“Conseguimos apoiar mais de 130 entidades nikkeis afetadas pela pandemia”, continuou Eguchi, oportunidade em que possibilitou “fortalecer os laços com a comunidade nipo-brasileira”. “Você não pode dançar a valsa sozinho”, referiu-se ao ditado do mercado financeiro inglês, para completar, “tive muita sorte de ter muitos parceiros no Brasil”.

Em sua saudação ainda convidou os presentes a assistir ao vídeo sobre as atividades da JICA que passou a ser exibido no Museu da Imigração Japonesa no Brasil desde o último mês de janeiro.

Lembrou sobre o plantio de 150 mudas de diversas árvores (sendo 50 de cerejeiras), no Parque Ecológico na zona leste da cidade de São Paulo, referente ao projeto de combate às enchentes do Rio Tietê.

Apresentou ainda seu sucessor e espera que “logo, em seu diálogo com os senhores, crie novos desafios”.

Masayuki Eguchi fez o fechamento de sua saudação de forma inédita: cantou, somente acompanhando pelas palmas da plateia da música “Arigatô … Kansha”. Ao final, referiu-se ao campeão de luta livre Antonio Inoki que, quando adolescente emigrou ao Brasil e de volta ao Japão ficou famoso como lutador de luta livre e foi membro da Câmara de Conselheiros do Japão, faleceu aos 79 anos, em 2022.

De acordo com Eguchi, Inoki dizia que “a pessoa envelhece quando desiste dos desafios”, acrescentando: “desejo que a comunidade nipo-brasileira juntamente com a JICA, continue desafiando”.

Novo responsável pela Escritório da JICA Brasil

O novo representante chefe do Escritório da JICA Brasil, Akihiro Miyazaki, tem 53 anos, graduado na Faculdade de Ciências e Engenharia pela Universidade de Ciências de Tokyo (1996) e mestrado em Política de Desenvolvimento Internacional pela Duke University/EUA (2007).

No âmbito da JICA Matriz, em 1996, atuou na Divisão de Estudos de Desenvolvimento Social, no Departamento de Planejamento e Coordenação (2007), foi diretor adjunto do Departamento de Análise e Risco de Crédito e Revisão Ambiental (2008), diretor do Departamento de Meio Ambiente Global (2013 e 2020), diretor sênior do Departamento da América Latina e Caribe (2017).

Também atuou na JICA México (1999), Sapporo/Japão (2002) e Moçambique como representante sênior (2010).

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