Conheça os homenageados de 2021 – Hakujusha Hyoushou

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A tradicional homenagem aos idosos nikkeis acima de 99 anos, “Hakujusha Hyoushou”, recebeu este ano 52 inscrições, através de iniciativas particulares ou de entidades.

Assim como no ano passado, a cerimônia de homenagem não foi realizada, devido à pandemia do novo coronavírus. O diploma e o presente oferecido pela Fundação Kunito Miyasaka foram enviados pelo correio e relacionamos abaixo imagens e algumas comentários que chegaram a nós.


Agradecemos o envio de fotos e comentários

Shizue Fujihara (nascida na província de Kochi)

“Minha avó criou os netos. Ouvi dizer que ela ajudou a criar o irmão dela, além dos 4 filhos. Somos muito gratos a ela.”

Edson Shiono / neto

Tokiko Tanabe Ozaki (nascida na província de Hiroshima)

“A Sra. Tokiko nasceu em 11 de setembro de 1921 e era a segunda filha de oito irmãos de um dos maiores fornecedores de bentô da cidade de Fukuyama em Hiroshima. Aos 13 anos ela veio com a família para o Brasil e depois de trabalhar um tempo na lavoura de café, seu pai abriu um restaurante que foi muito bem aceito pelos colonos saudosos da comida japonesa. Mesmo assim, a família mudou-se para São Paulo e abriu uma lavanderia.

Ela casou-se com o Sr. Ichiro Ozaki e teve um filho e duas filhas (Mario Akira, Helena Mitsue e Elisa Chie). Proprietários de uma granja em Diadema, eles trabalharam sem descansar mesmo em datas como Ano Novo e Finados, e empenharam-se na educação dos filhos.
Em uma época em que não o número de ônibus em Diadema era escasso, eles acordavam de madrugada para colocar os filhos na condução que os levava para a escola em São Paulo.

A diversão da família era assistir filmes japoneses nos cinemas da Liberdade, para onde se dirigiam elegantes, apertados na cabine do pequeno caminhão em que transportavam os ovos para a feira. Na volta, a alegria era comer udon no Restaurante Kokeshi.

Após criar os filhos, a Sra. Tokiko, junto com duas irmãs, passou a frequentar a Associação de Senhoras e o Bunkyo onde faziam cursos de tanka, haiku e senryu. As três irmãs participaram de muitos concursos tanto da colônia quanto do Japão e receberam muitos prêmios. A Sra. Tokiko se aventurou também na poesia, chegando a lançar uma coletânea.
No final da vida, ela vivia feliz em seu mundo, protegida por cuidadores e pela família. Em julho deste ano, foi internada para exames no pulmão e veio a falecer depois de uma semana. Devido a pandemia, seu enterro foi acompanhado apenas por familiares, num dia ensolarado e frio.”

Shigeki Matsumura / genro

Shohiti Hara (nascido em Cedral/SP)

“Meu pai exerceu por duas gestões o cargo de vereador e ocupou cargos de Secretário de Educação e Presidente da Câmara na cidade de Parapuã.
Teve sua vida dedicada ao paisagismo e jardinagem em São Paulo. Especializou-se em jardins japoneses executando obras nas casas de pessoas de renome.
Faleceu no dia 25/5/2021 acometido por doenças respiratórias.”

Regina / filha

Tiyo Sawada (nascida na província de Ibaraki)

“A Sra Tiyo nasceu em 27 de novembro de 1920 no Japão, onde estudou até os 18 anos e aprendeu a escrever haikai. Chegou ao Brasil em 1º de agosto de 1938 e casou-se com Takeo Sawada em 19 de agosto de 1939 . Dedicou-se a lavoura juntamente com seu esposo até 1970. Depois disso, acompanhou os trabalhos do marido que atuou em Presidente Prudente como educador e no ensino das artes.

Colaborou por muitos anos no templo Higashi Honganji de Presidente Prudente . Aos 90 anos foi convidada para fazer parte do grupo de haikaistas de Presidente Prudente onde se manteve por quatro anos aproximadamente.

Faleceu em 14 de fevereiro de 2021 no Akebono Home de São Paulo.”

Akebono Home

 

Heiji Sato (nascido na província de Miyagi)

“Agradeço ao Bunkyo e à Fundação Kunito Miyasaka pela homenagem.

Aportei em Belém na época do pós-guerra em 2 de agosto de 1953, fazendo parte da segunda leva de imigrantes do Amazonas.

Participei da Grande Guerra do Leste Asiático, como membro da marinha. Sobrevivi a Era Taisho, Showa, Heisei e agora Reiwa, abençoado pela presença de muitas pessoas.”

Heiji Sato

 

Nachio Kuriki (nascido na província de Yamagata)

Meu pai nasceu em 18 de outubro de 1922. Ele chegou ao Brasil em 31 de outubro de 1934, aos 12 anos, junto com os pais, tio e sete irmãos, no Buenos Aires Maru.

Casou-se com Eva Watanabe (já falecida) com quem teve seis filhos, sendo que dois faleceram pequenos.

Atualmente ele tem 10 netos e 5 bisnetos.”

Chieko Kuriki / filha

 

Maça Kagohara (nascida em Jardinópolis/SP)

“Ela nasceu em 8 de outubro de 1922, filha dos imigrantes Isohashi e Miqui Fujii que chegaram ao Brasil em 1920, vindos da província de Niigata. Casou-se com Sunao Kagohara (falecido) com quem se dedicou à agricultura. Teve 10 filhos (um já falecido), 26 netos, 25 bisnetos e dois tataranetos .”

Luís Sasahara / filho

 

Toshio Sano (nascido na província de Shizuoka)

“Assim como quase todos os imigrantes, meu pai passou por duras experiências. Trabalhou com afinco como lavrador, motorista de táxi e de caminhão. Ele era esportista nato e participou de competições da colônia, regionais, estaduais e nacionais. Ele se destacou especialmente, em disputas de atletismo (salto com vara), beisebol e gatebol.

Ele faleceu em maio deste ano, aos 99 anos, deixando para nós uma lição de resiliência, companheirismo e honestidade.”

Nelson Sano / filho

 

Shichiro Sato (nascido na província de Miyagi)

“Muito obrigado pelo belo diploma! Revendo meus 100 anos, só tenho a agradecer por viver feliz, cercado pela minha família. Mesmo em meio a pandemia do Coronavírus, com a atenção e cuidado dos meus familiares, pude chegar até este momento. Desejo saúde prosperidade a todos.”

Shichiro Sato

 

Tsugio Iwamoto (nascido na província de Kagoshima)

“Sinto-me honrado pelo diploma. Espero que a pandemia seja superada e oro pela saúde e felicidade de todas as pessoas.”

Tsugio Iwamoto

 

Hatsuko Yamada (nascida na província de Kumamoto)

“Nascida em 25 de março de 1922 em Kumamoto, ela veio para o Brasil aos cinco anos, junto com os pais, a irmã mais nova e a tia por parte de mãe. A família foi para a região Noroeste de São Paulo e logo após a chegada, sua mãe faleceu. Meu pai casou-se com a cunhada com quem teve um filho e três filhas.

Minha mãe conta que passou por muitos sacrifícios. Com apenas seis anos, tinha que cuidar dos irmãos e da casa e não tinha tempo para estudar nem japonês, nem português.

Aos 18 anos, casou-se com Tamotsu Yamada e teve 7 filhos e uma filha, pelos quais o casal trabalhou incansavelmente na lavoura.

Em 1956 a família mudou-se para Marília, onde tinham que comprar todos os mantimentos em um pequeno mercado. Isso pesava muito financeiramente mas ela nunca reclamou. Ela ingressou na igreja evangélica local e sua vontade de ler a bíblia, fez com que aprendesse a ler e escrever japonês, por conta própria.

Em 1958, como o segundo filho do casal trabalharia em São Paulo, a família toda se mudou para a região sul da capital. O marido abriu um comércio e o filho mais velho também começou a trabalhar. Mesmo assim, ela vendia sushi para pequenas fábricas e lojas da região como forma de auxiliar na renda. Nesta região também ela dedicava seu tempo livre à igreja, preparando pratos para os eventos e enfeitando o altar com ikebana. Ela estava sempre feliz e dedicou-se por mais de 30 anos a estas atividades.

O marido adoeceu em 1992 e durante os dois anos em que ele ficou acamado até ele morrer em 1994, ela cuidou dele com todo afinco.

Depois que ficou viúva até 2013 ela viveu sozinha, pois era forte e independente. Com o avanço da idade e a impossibilidade de se cuidar, ingressou no Ipelândia Home onde vive cercada pela dedicação dos funcionários.

Ela tem atualmente 19 netos e 22 bisnetos.”

Kazuo Yamada / filho

 

Moto Yamakami (nascida em Tokyo)

“Agradeço pelo envio do diploma, mesmo em meio a pandemia do coronavirus. Nasci em 20 de abril de 1992, cheguei a São Paulo em dezembro de 1977 e mantive o curso de Kumon entre 1983 e 1993.”

Kashiko Yamamoto

Susumu Mizuno

“Com muito orgulho recebo esta homenagem.

Agradeço primeiramente a Deus, por esta minha trajetória que não foram fáceis.

Venci com muitas lutas e suores. Agradeço a minha esposa , os meus filhos, netos e bisnetos

que com muito amor e paciência cuidam de mim.

Atenciosamente Susumu Mizuno”


Agradecemos o envio das fotos


Agradecemos pela inscrição


A todos os homenageados e seus familiares os nossos parabéns!

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