Alegria e otimismo na retomada do Sakura Matsuri no Kokushikan

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Ficamos dois anos presos em casa. Ver essa florada nos anima a continuar a vida.

Roberto Nishio - vice-presidente do Bunkyo

As palavras do vice-presidente do Bunkyo, Dr. Roberto Nishio, em sua saudação na cerimônia de abertura, no último dia 9 (sábado), certamente, traduziu o sentimento dos participantes (visitantes e organizadores) do 25º Festival das Cerejeiras Bunkyos. O evento voltou com alegria e força para ressaltar que as dificuldades da pandemia estavam superadas.

O 25º Sakura Matsuri realizou-se em dois finais de semana de julho – nos dias 2 e 3 e 9 e 10, e calcula-se que cerca de 30 mil visitantes foram prestigiar o evento. Na concorrida cerimônia de abertura, além da presença dos representantes das entidades parceiras, diretoria do Bunkyo, destaque para as autoridades – o secretário Luís Américo Jr., do Turismo, Desenvolvimento Econômico, Esporte e Lazer de São Roque, representando o prefeito Guto Issa, os ex-deputados Walter Ihoshi (federal) e Hélio Nishimoto (estadual).

Masami Uyeda Júnior, presidente da comissão organizadora, agradeceu o empenho de todos, principalmente dos voluntários, que “colaboram desde fevereiro” para realizar o evento. “Temos que festejar as sakuras”, convidou o público.

O secretário Luís Américo Jr., em nome do prefeito de São Roque, ressaltou que o festival “é um trabalho muito importante, que traz turismo”. Também falou sobre os valores japoneses transmitidos pelo evento: “eu tenho aprendido sobre legado com a comunidade japonesa. Deixar um legado é importante. Por isso eu quis ser um político”.

Por último, falou Roberto Nishio, vice-presidente do Bunkyo, representando o presidente Renato Ishikawa. Destacou a recente tragédia do assassinato do ex-primeiro-ministro, Shinzo Abe: “esse é um momento de tristeza para o Japão e o Brasil. Em luto pelo ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, compartilhamos essa tristeza. Ele veio duas vezes ao Brasil (…) Foi muito amigo do Brasil. Projetou o Japão não só como potência econômica, mas política também”.

Nishio, ainda em sua saudação, ressaltou: “Ficamos dois anos presos em casa. Ver essa florada anima a continuar a vida”, acrescentando que, em homenagem ao bicentenário da Independência do Brasil, irá plantar mais 200 mudas de sakuras no Kokushikan, completando “um bosque com mil cerejeiras. É um legado que estamos deixando”.

Encantamento das cerejeiras

Um belo dia de sol convidando todos a sair de casa para aproveitar para admirar as cerejeiras – este foi o principal chamariz do evento. A bela paisagem do bosque do Parque Bunkyo Kokushikan com suas árvores cobertas pelo rosado de suas flores era um convite para um momento de contemplação reverenciando sua presença efêmera e confortante.

O ‘hanami’- olhar as flores debaixo de uma árvore, em japonês – foi o ato muito praticado durante todo o festival. Se foi algo consciente ou não do público – que ia além de nikkeis – esta foi a forma que as pessoas encontraram para aproveitar ainda mais esse momento mágico. Todos foram levados por esse encantamento das cerejeiras e sua paisagem silenciosa que se completava com um bonito lago.

Um Festival repleto de atividades, para reunir toda a família e amigos

O dia de festival começou às 9h e prosseguiu até às 17h. Interessante que a paisagem parecia mudar a cada hora. E o público também. Quem desejava mais calma e menos afobação, veio de manhã. Já quem chegou no período do almoço, encontrou o recinto lotado. Com o sol mais forte e mais quente, debaixo das cerejeiras era um lugar de repouso, ideal para reunir os familiares para saborear as comidas e lanches servidos na Praça de Alimentação do Festival, se tornando um amplo espaço de lazer. Depois, ao entardecer, a temperatura ficou mais amena, mas o público foi brindado com um cenário especial do pôr do sol típico de inverno.

Lotado de visitantes, o Festival foi um sucesso. Na Praça de Alimentação, o público aproveitou o espaço para celebrar, como sugeriu o presidente da Comissão Organizadora, Massami Uyeda Jr., saboreando diferentes pratos da culinária japonesa. Além disso, as mais variadas atrações no palco principal, fez com que todos aproveitassem o máximo do Sakura Matsuri pós-pandemia.

Uma caminhada para o outro lado do bosque

Para além dos bosques floridos, depois do lago, mais atrações do Sakura Matsuri. Para chegar até lá, os visitantes tinham duas opções: caminhar até o imponente Ginásio de Esportes localizado no topo do outro lado do bosque. Ou, se preferir, tomar o trenzinho que circulava ao redor do local do Festival.

No amplo espaço foi montado um espaço destinado especialmente para os pets.

Em torno do Ginásio, além de outros pés floridos de sakurá, também foram montadas mais atrações culturais. Na parte externa, de um lado, estão as instalações do Centro de Chado Urasenke do Brasil com sua encantadora sala de cerimônia de chá em meio ao jardim florido. De outro lado, uma sequência de barracas ocupadas por diferentes oficinas culturais, que contou com a participação dos adultos e da criançada.

Uma infinidade de workshops de práticas orientais para todos os gostos

 

A arte do Bonsai (cultivo de árvores em tamanho miniaturizado) com Shikobonsai (Francisco Bispo) trouxe oficinas de plantio e estilização, além da exposição de vários bonsais.

A Cerâmica / modelagem teve oficinas ministradas pela ceramista Olga Ishida e membros da Comissão de Arte Koguei. Também destacou a montagem de acessórios e sobre o furoshiki.

A Ikebana com oficinas de noções básicas de vivência de arranjos de flores teve orientações de Gabriel Espicalquis e integrantes da Escola de Ikebana Sanguetsu.

A técnica de Origami foi explanada e colocada em pratica pela Claudia Tamaki. E o Origami em tecido ficou a cargo de Thaís Kato que além de ensinar como trabalhar com esse material, expôs seus trabalhos.

A arte da Oshibana (que emprega flores e plantas naturais, desidratadas e prensadas) foi apresentada por Mirian Tatsumi e equipe. Na ocasião, os interessados puderam montar seu próprio marcador de páginas usando as pétalas desidratas.

Já a equipe formada pela Inês K. N. Kamitsuji, Lina M. K. Hirata e Thaís T. Kamitsuji, chegou com tecidos, linhas e agulhas para as oficinas de patchwork.

A oficina de Shodo (arte caligráfica japonesa que usa pincel de pelo e tinta especial) teve orientação de Elcio Yokoyama.

 

Destaque especial para as oficinas dos tradicionais jogos de tabuleiros – o shogui (semelhante ao xadrez) e go.

Comemoração dos 40 anos de inauguração do Ginásio de Esportes Kokushikan e do Bicentenário de Independência do Brasil

Agora, dentro do Ginásio, outras atrações aos visitantes: na entrada, um arranjo enorme de bambu preparado pela Comissão de Ikebana. Mais adiante, o Concurso de Fotografia Bunkyo patrocinado pela Fujifilm – juntamente com um posto de inscrição dos interessados, uma exposição de fotos dos classificados na edição anteriores.

Ao lado, a exposição abordando o tema do evento: Comemoração do Bicentenário da Independência do Brasil, 40 anos de inauguração do Ginásio de Esportes Kokushikan e 25ª edição do Sakura Matsuri. A mostra fez um resumo da trajetória do Kokushikan e do Festival por meio de uma série de fotografias. Mais adiante, no palco, a exposição de quimonos do acervo do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil.

No interior do Ginásio, também foi montado o Clubinho da Honda destinado aos pequenos com a finalidade de destacar o bom comportamento no trânsito.

Enfim, o Festival buscou atender as diferentes faixas etárias e oferecer atrações/lazer para todos. Mas, certamente, tendo como atração comum as cerejeiras floridas. Esse foi o legado desse festival.

O 25º Festival das Cerejeiras Bunkyos – Sakura Matsuri, realização do Bunkyo em parcerias com a ACE Vargem Grande Paulista, Cotia Seinen, Associação Cultural de Mairinque e Associação Mallet Golf Kokushikan.

Os patrocinadores foram: Honda, Yacima, Fujifilm., Hondatar Advogados, Nicom, Hortomix, Mirais, Ezetec, Café Fazenda Aliança, Fast Shop, Sansuy, Koga Koga Autopeças, Estacenter Parking, Sakura e Organização King. Teve como apoiadores: Prefeitura Municipal de São Roque, Seinen de Bragança Paulista, Waggn Purr, Comissão de Gastronomia, Seinen Bunkyo, Au Life, Lam. Comunicação, Diário Brasil Nippou, Jornal Nippon Já, Yoshi e Associação Japonesa de Santos.

Colaboração de Tiago Uehara/Nippon Já  |   Fotos: Marcel Uyeta , Roberto Kakazu, Andréa Matsubara.

**Informação Importante:** o Parque Bunkyo Kokushikan fica FECHADO à visitação quando não há eventos, sendo realizada no local apenas a venda de mudas de cerejeiras, mediante agendamento prévio.

Confira o calendário de eventos completo