56º Gueinosai é destaque na TV japonesa NHK

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Um dos tradicionais eventos comemorativos ao aniversário da imigração japonesa no Brasil, o Gueinosai, Festival de Música e Dança Folclórica Japonesa, neste ano, contou com uma reportagem especial da TV japonesa NHK. 

O 56º Gueinosai, em dois dias de evento (dias 25 e 26 de junho), reuniu cerca de 3 mil pessoas que desfrutaram de uma variedade de atrações desse mais importante espetáculo de gueino, “a arte de palco”.

“Na verdade teria sido o 58º Gueinosai, mas com o Coronavírus tivemos de interromper a realização por dois anos e sinto-me aliviada por termos retomado o evento desde o ano passado superando a pandemia”, conta Rumi Kusumoto, presidente da comissão organizadora.

Da esquerda para direita: Jorge Yamashita, Seigo Matsumoto, Rumi Kutsumoto, Hiroshi Hara, Roberto Nishio, Sergio Oda, Roberto Kato, Tomio Katsuragawa, Andre Korosue e Izumu Honda

No domingo, dia 25 de junho, a cerimônia de abertura contou com a presença da vice-cônsul do Japão em São Paulo, Akiko Kikuchi; do presidente da Jetro (Japan External Trade Organization), Hiroshi Hara; do presidente da Assistência Social Dom José Gaspar – Ikoi-no-Sono, Izumu Honda; do presidente da Associação Pró-Excepcionais Kodomo-no-Sono, Sergio Oda; do conselheiro da Sociedade Beneficente Casa da Esperança – Kibô-no-Iê, Roberto Takayuki Kato; do presidente da Fundação Kunito Miyasaka, Roberto Nishio, André Korosue, que por muitos anos comandou o festival; do presidente do Conselho Deliberativo do Bunkyo, Jorge Yamashita, entre outras autoridades.

Em meio ao animado clima de confraternização, Rumi só lamenta que, “nesse ano tivemos a súbita e triste notícia da morte da professora Tangue Setsuko, uma das mais ativas apoiadoras de nosso Gueinosai”, mas, destaca, “seus alunos transpuseram o sentimento de perda e devem fazer uma maravilhosa apresentação em sua memória”.

“O Bunkyo, por meio de sua Comissão de Música e Dança Folclórica Japonesa expressam a mais profunda gratidão à falecida professora Tangue Setsuko e aos membros do Tangue Setsuko Taiko Dojo”, acrescenta.

Na programação, o momento aguardado com muita expectativa é Gran Finale em que, anualmente, uma escola é escolhida para uma apresentação especial. Nesse ano foi escolhida a Professora Hatsue Omine, responsável por dois grupos: o Requios Geino Dokokai Eisa Taiko e o Tamagusuku ryu Kotarokai.

A professora Omine, com orientação do mestre Tadatoshi Teruya, fundador do Requios no Japão, é a coordenadora do grupo no Brasil que tem como base as danças características do estilo Eisá, utilizado em festivais japoneses destinados às divindades e aos cultos dos antepassados. Diferente dos grupos tradicionais em que os instrumentos e tocadores ficam em posição fixa, essa modalidade de origem okinawana segue uma movimentada coreografia.

Como de costume, o grupo Réquios realizou uma apresentação cheia de energia, envolvendo tanto crianças quanto adultos, trazendo entusiasmo à plateia que lotava o Grande Auditório.

O outro grupo, Tamagusuku Ryu Kotarokai Omine Hatsue Ryubu Dojo, com uma apresentação impecável marcada por gestos delicados e precisos, arrancou calorosos aplausos da plateia. 

As atividades da escola Omine Hatsue Ryubu Dojo. iniciou suas atividades em 1997, com 10 alunos, após receber da mestra de Okinawa, Bunko Takamiyagui, a licença para propagar o estilo Tamagusku Ryu Kotarokai. “Ao deixar Okinawa aos 12 anos de idade, meu amor pela terra natal e pela cultura sempre permaneceram vivos durante minha trajetória”, afirma Omine sensei, acrescentando, acredito que a arte pode unir, curar e alegrar muitos corações com a música e os movimentos das danças, além de introduzir o significado do coletivo, do respeito, da disciplina e da dedicação.”

Gueinosai na reportagem da TV japonesa NHK

Nesta 56ª edição, uma das novidades foi a cobertura da emissora NHK Nagoya que, segundo os organizadores, é um reconhecimento significativo da importância desse evento na promoção da cultura japonesa no Brasil e no mundo.

A NHK (Nippon Hoso Kyokai) é uma emissora estatal de televisão japonesa de renome internacional, conhecida por sua programação de alta qualidade e cobertura de eventos culturais em todo o mundo.

A reportagem sobre o Gueinosai foi realizada pela NHK Nagoya e destaca a relevância do festival e seu impacto na preservação e divulgação da cultura japonesa, tanto para a comunidade japonesa no Brasil quanto para um público mais amplo.

Entre as atrações, a matéria deu o enfoque ao Taishogoto, um instrumento que combina elementos (teclado) de uma máquina de escrever com um instrumento musical cujos acordes lembram o koto. Ele foi criado em 1912 por Gorō Morita em Nagoya, Japão, durante o período Taisho.

No Brasil, a associação Taishogoto Kinseikai do Brasil dedica ao ensino e prática do taishogoto há 23 anos, sempre comprometida com a preservação e a promoção desse instrumento musical e sua tradição. 

Na reportagem, um dos entrevistados, Hikaru Muranaka, um jovem membro do grupo, conta que cresceu em uma família de descendentes de japoneses no Brasil, e começou a tocar taishogoto desde criança: “Minha mãe tocava taishogoto, então me interessei e comecei a aprender”, conta ele. “A maior parte dos membros da associação é idosa, por isso, agora, estou tentando aumentar a participação de jovens”, para demonstrar interesse e apoio para continuidade da música do taishogoto no Brasil.

Durante a matéria, o repórter Ryuta Kimura, demonstra surpresa com a dedicação e o empenho tanto de descendentes como de não descendentes em preservar a cultura japonesa, refletindo sobre o impacto que essas apresentações culturais podem vir a ter. 

Esses eventos não apenas celebram a cultura japonesa, mas também transmitem emoção e encanto para o público, independentemente de sua origem étnica, destaca Kimura, destacando o poder unificador da cultura e da música, que pode transcender barreiras culturais e étnicas, criando conexões significativas entre as pessoas.

A reportagem também aborda a popularidade dos doces japoneses no Brasil, como o manju, assim como a admiração pelos mangás e animes.Kimura ressalta que seria interessante que os japoneses tivessem a oportunidade de entrar em contato com a cultura tradicional japonesa cultivada no Brasil. Para ela, é  uma via de mão dupla para a promoção da compreensão cultural à medida em que tanto os brasileiros quanto os japoneses podem aprender e apreciar aspectos culturais uns dos outros.  São trocas que enriquecem a sociedade e fortalecem os laços entre as nações.  

Para obter mais informações sobre o evento, consulte a matéria no site “><link>

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